O Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, pretende que Maria José Morgado, coordenadora da investigação à corrupção no futebol, apresente resultados relacionados com o processo Apito Dourado até ao final do ano. Pinto Monteiro disse que o trabalho da Procuradora-geral adjunta está a gerar um "efeito em cadeia" no combate à corrupção, adiantando que se não tivesse nomeado Maria José Morgado ninguém falava no combate à corrupção no futebol.
Pinto Monteiro garantiu que "nada vai ficar parado" e que a investigação que está a ser feita já causou "alguns resultados", nomeadamente a reabertura de um caso que tinha sido arquivado relativo ao jogo FC Porto-Estrela da Amadora, da época 2003/2004, que tem como arguidos o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, e o árbitro Jacinto Paixão. Apesar de lembrar que os "juízes e o Ministério Público são pessoas e não são deuses", Pinto Monteiro considera que a nomeação de Maria José Morgado fez com que a justiça se tenha começado a interessar pelo futebol.
Maria José Morgado foi nomeada no dia 14 de Dezembro para dirigir e coordenar a "investigação de todos os inquéritos já instaurados ou a instaurar" relacionados com o caso Apito Dourado.O processo teve início com a operação policial realizada em 20 de Abril de 2004, que resultou na detenção de 16 pessoas, entre árbitros e dirigentes do futebol, por suspeitas de corrupção desportiva, inicialmente centradas no Gondomar SC, clube da Liga de Honra.Ao longo do processo foram constituídos 27 arguidos, incluindo o então presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e ainda presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Valentim Loureiro, e o ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Pinto de Sousa.
Acusado de 47 crimes, o principal arguido é José Luís Oliveira, que à data dos alegados factos (2001/2004) desempenhava os cargos de vice-presidente da Câmara Municipal de Gondomar e de presidente da Comissão Administrativa do Gondomar SC.A instrução do processo, pedida por 16 dos 27 arguidos, começou em 12 de Dezembro de 2006 e vai agora confirmar ou anular a acusação, estando previsto que a fase de inquirição de testemunhas termine a 17 de Janeiro de 2007.
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