Agente FIFA suspeito
O eventual aliciamento a jogadores, alegadamente "corrompidos" para ajudarem "rivais" a atingir determinados fins - vitórias, claro -, está, a ser investigado pela equipa liderada por Maria José Morgado. Desta feita, o caso ultrapassa em muito o tráfico de influências que marca a grande maioria dos episódios sobre os quais versa o processo "Apito Dourado". Em causa estarão pagamentos suspeitos feitos a atletas, sempre através de intermediários, em dias que antecederam jogos de especial relevância. Mesmo admitindo a existência de outros exemplos semelhantes, a final da Supertaça entre FC Porto e União de Leiria, referente à temporada 2002/2003 - o jogo disputou-se a 12 de Agosto - é uma das partidas que está sob suspeita.
DOCUMENTO SUSPEITO NA PJ
A sustentar a investigação da Polícia Judiciária, além de eventuais testemunhos e, admite-se, escutas telefónicas, estão, segundo apurámos, alguns documentos que comprovam o pagamento de avultadas verbas - fala-se mesmo num pagamento de 25 mil euros - a pelo menos um jogador, então ao serviço da União de Leiria. Por saber, e será isso que importa esclarecer às autoridades, está a razão de ser deste pagamento.
Afinal, e mesmo que o jogador se tenha recusado a "entrar na jogada", só a simples tentativa de aliciamento, cenário possível, já constitui crime. A atenção das autoridades está centrada na conduta de um conhecido agente FIFA, à data com excelentes relações no universo portista e que terá, de acordo com informações recolhidas, assumido o referido pagamento, considerado suspeito pela equipa de Maria José Morgado. Contudo, atente-se, nenhum dos indícios de corrupção, activa e passiva, está provado. Aliás, admite-se que só o resultado de futuras inquirições, caso as mesmas não tenham ainda sido efectuadas mas estejam na calha, se revele fundamental no apuramento de toda a verdade relacionada com este caso.
MAIS DENÚNCIAS
Refira-se ainda que a equipa de Maria José Morgado tem vindo a desenvolver várias diligências e, depois da estreita colaboração de Carolina Salgado - testemunha chave para a reabertura de alguns processos que haviam sido arquivados, nomeadamente relacionados com o presidente do FC Porto, Pinto da Costa -, tem contado também com outras ajudas preciosas. É que, nem só a ex-companheira do líder portista entregou documentos à equipa de investigadores.
Sob anonimato, vários ex-dirigentes e outros agentes relacionados de forma mais ou menos directa com o futebol aproveitaram o momento para entregar documentação às autoridades e fazer novas denúncias. Alguns sem sequer, porventura com receio, darem a cara. Certo mesmo é que depois de muito se falar sobre condutas de árbitros, ex-árbitros, observadores e vários outros agentes desportivos, chegou a vez de também (alguns) jogadores se perfilarem na mira das autoridades. O rastilho da corrupção está aceso. A bomba, desde que as suspeitas se confirmem, pode estar para rebentar, numa altura em que estão espalhadas pelo País várias certidões relacionadas com a corrupção no futebol português.
25 MIL EUROS
Este terá sido o valor pago a pelo menos um jogador, que então representava a União de Leiria. Desconhece-se o fundamento.
VITÓRIA PORTISTA
A partida da Supertaça em 2003 foi ganha pelo FC Porto (1-0). Costinha foi o autor do único golo (muito contestado, como se lembram)
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