O ex-líder do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol - que no processo de Gondomar está acusado de 26 crimes dolosos de corrupção passiva para acto ilícito - foi confrontado com o facto de ter acedido a um pedido da presidente da Câmara de Leiria, Isabel Damasceno, para salvar da descida de divisão o árbitro Carlos Amado, seu conterrâneo e ex-colega da escola, no final da época 2003/04.
Quando o processo saiu do Tribunal de Gondomar, o procurador Carlos Teixeira considerou que havia indícios suficientes para indiciar Isabel Dasmasceno pelo crime de corrupção activa e Pinto de Sousa por corrupção passiva.No entanto, o Ministério Público (MP) de Leiria decidiu que não havia suficientes provas contra a autarca, que deixou de ser arguida, enquanto o ex-dirigente da FPF - ouvido em Matosinhos, por ser o local onde reside - passou a responder pelo crime de abuso de poder.Durante as cerca de duas horas em que foi inquirido por um procurador do MP, o CM sabe que Pinto de Sousa, o único arguido do processo, explicou que uma das suas prorrogativas como presidente do CA da FPF era alterar as classificações dos árbitros, garantindo que no caso de Carlos Amado não recebeu qualquer contrapartida. Frisou que para manter Carlos Amado na 2.º categoria aplicou critérios objectivos, situação que se verificou com outros juízes.Para Carlos Amado permanecer na 2.ª categoria, o MP verificou que o "sacrificado" foi Paulo Alves, também árbitro da Associação de Futebol de Leiria.Durante a fase de inquérito, a PJ interceptou um telefonema entre Pinto de Sousa e um dos seus filhos, em que é aconselhado a satisfazer os pedidos de Isabel Damasceno. Noutra escuta, o Ministério Público constatou que o ex-líder do CA da FPF e os seus familiares mais directos têm muitos interesses imobiliários na zona de Leiria. E que o facto de ter acedido ao pedido de Isabel Damasceno para manter o árbitro Carlos Amado na 2.º categoria teria como contrapartida uma decisão favorável da autarca em eventual projecto imobiliário a lançar por Pinto de Sousa no concelho de Leiria.
O árbitro Carlos Amado está também referenciado num caso que envolve Valentim Loureiro, Pinto de Sousa e Isabel Damasceno. Segundo soube o CM, em causa estava o jogo Paredes-Dragões Sandinenses, a contar para a 33.ª jornada do campeonato da 2.ª Divisão, Zona Norte, realizado no dia 14 de Abril de 2004, e dirigido pelo juiz de Leiria. Antes do encontro, José Oliveira, arguido do processo Apito Dourado e presidente do Gondomar, equipa que, na altura, disputava com os Dragões a subida de divisão, concluiu que a nomeação de Amado teria como objectivo prejudicar o Paredes.De acordo com o Ministério Público, Oliveira, Pinto de Sousa e Valentim encontraram-se num restaurante para tratar do assunto "Amado".
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PAULO BAPTISTA
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