«É difícil ter razão antes do tempo». Foi este o comentário de Pedro Mourão, em resposta ao Maisfutebol, depois de ter lido este sábado no «Sol» que a Liga quer ter acesso às peças processuais do «apito dourado».
Pedro Mourão foi presidente da Comissão Disciplinar da Liga durante poucas semanas, no Verão passado. O tempo suficiente para escrever ao procurador de Gondomar e à Procuradoria-Geral da República, solicitando acesso ao processo. O objectivo era claro: perceber se existiam motivos para punir disciplinarmente árbitros e dirigentes ou outros agentes desportivos, no âmbito do «apito dourado».
Acontece que as cartas escritas podem nunca ter saído da Liga. «Desconheço se foram realmente enviadas. Dei instruções para que assim fosse, mas como entretanto saí não tenho forma de saber se realmente seguiram para a Procuradoria», afirmou. Apesar de desconhecer se o passo que decidiu dar teve efeitos práticos, Pedro Mourão fica satisfeito por saber que o actual presidente da CD, Ricardo Costa, fez pedido idêntico à procuradora-geral adjunta Maria José Morgado.
«Importante é zelar pelos interesses do futebol, mas não posso deixar de referir que é difícil ter razão antes do tempo e pelos vistos foi isso que sucedeu comigo», afirmou.
O Código de Processo Penal permite ao Ministério Público passar certidões. Mesmo de processos que ainda estejam em investigação, desde que Liga e/ou Federação se obriguem ao segredo de justiça. Foi isso que Ricardo Costa solicitou, na semana passada.
Em declarações ao semanário «Sol», Maria José Morgado foi clara: «Como magistrada do Ministério Público, tenho que fornecer os elementos necessários para que se apure se alguém desvirtuou a verdade desportiva. Esses elementos poderão estar ou não em segredo de justiça. Quanto aos processos já arquivados, a Liga e a Federação poderão consultá-los, se assim entenderem».
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