A abertura deste espaço, tem como principal razão de ser a denúncia de todos os casos de corrupção, que se têm verificado através da viciação do "SISTEMA" que o Dr. Dias da Cunha, corajosa e persistentemente denunciou. Até aprece que querer que exista VERDADE DESPORTIVA é ... vergonha. Enfim, agora que se sabe que entre outros favores aos árbitos, para além de peças de ouro e sem falar de viagens ao Brasil, há favores sexuais que envolvem vários dirigentes e árbitros internacionais e de meia tigela, e que têm servido de suporte aos bons resultados de alguns, não nos podemos admirar que nos últimos 20 anos os campos estejam inclinados e tenham sido o FCPorto e o sr. Pinto da Costa os maiores beneficiários. A OPERAÇÃO "APITO DOURADO" não sei se será ou não bem sucedida naquilo que TODA A GENTE SABE. No entanto, teve o condão de trazer à luz do dia muitos nomes, poucas vergonhas, batota, mentira, roubo, telemóveis e, MUITA COISA MAIS que andava escondida. Está aberta a caça! Ou estava, a justiça tem destas coisas. E o que é engraçado também no meio de tudo isto, é ver o sr. Luis Filipe Vieira, anafado e literado presidente do Benfica a deitar baba e ranho sobre os telefonemas e a promiscuidade do FCPorto e Pinto da Costa, quando ele próprio andou embrulhado com telefonemas a escolher árbitros. E o Dr. João Rodrigues ... sabem todos quem é. não sabe?
Pelo menos os telefonemas existiram, esses ninguém pode provar que não existiram.
São um facto indesmentível!

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Quem vai lá sentar o rabinho, quem é?

DECISÃO SOBRE O FAMIGERADO PROCESSO "APITO DOURADO" VAI SER CONHECIDA NO DIA 6 DE MARÇO.

A decisão sobre se o processo «Apito Dourado» vai ou não a julgamento só vai ser conhecida no dia 6 de Março. A data foi ontem anunciada pelo juiz de instrução criminal do Tribunal de Gondomar, Pedro Miguel Vieira.

A data da leitura da decisão instrutória foi marcada no final do debate instrutório, que decorreu terça-feira no Tribunal de Gondomar.

De referir que a maioria dos advogados dos 27 arguidos do processo «Apito Dourado» solicitou a nulidade das provas obtidas em 16 mil escutas telefónicas realizadas ao longo de sete meses e meio.


Ahahahahaha ...
PORQUE SERÁ QUE QUEREM A NULIDADE, PORQUE SERÁ ?

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Paulo Batista afastado durante o inquérito?

REVELAÇÃO DE VÍTOR PEREIRA: O APITO DOURADO "É UMA HERANÇA QUE ENTRISTECE".
Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, dá hoje uma entrevista ao Diário de Notícias, na qual afirma que Paulo Baptista, que há duas semanas não é convocado, não vai arbitrar qualquer jogo enquanto decorrer o inquérito.
Questionado sobre se o árbitro, acusado de corrupção desportiva passiva, no âmbito do processo "Apito Dourado" vai continuar de fora responde: "Em princípio, vai."
Paulo Baptista é o primeiro árbitro de primeira categoria a ser acusado de corrupção desportiva passiva no âmbito do processo «Apito Dourado».
O árbitro terá acedido a um pedido de Valentim Loureiro, então presidente da Liga, para que não prejudicasse a Naval 1.º de Maio num encontro com o Desportivo de Chaves, em Novembro de 2003
Vítor Pereira afirma que o "Apito Dourado é uma "herança" que o entristece. O presidente da Comissão de Arbitragem da Liga refere, "que o nível das arbitragens é compatível com a qualidade do campeonato" e que com o actual modelo não é possível "esperar melhores árbitros" do que os que existem.

Maria José Morgado vai ouvir Dias da Cunha

António Dias da Cunha, antigo presidente do Sporting, vai ser ouvido por Maria José Morgado, no âmbito do processo de corrupção no futebol «Apito Dourado», depois das revelações tornadas públicas pelo ex-jornalista Marinho Neves.
A procuradora-geral adjunta pretende conhecer os relatórios detalhados que Marinho Neves diz ter enviado para Alvalade, na altura em que assumiu ter trabalhado para o Sporting, durante a presidência de Dias da Cunha, ou seja entre 2000 e 2005.
Nesses relatórios, Marinho Neves avisava os sportinguistas «para os perigos que corriam e dos caminhos a percorrer para se libertarem das pessoas que detinham o poder», já que, segundo os mesmos, «o Sporting era uma das equipas a prejudicar».
Recorde-se que O SISTEMA era frequentemente utilizado pelo antigo presidente do Sporting, e que, segundo referia habitualmente, «desvirtuava a verdade desportiva no futebol português, entre outras coisas através do controlo das nomeações e classificações dos árbitros».

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

O contra-vapor à investigação continua. O polvo tem muitos tentáculos

COMUNICADO DA DIRECÇÃO DA SPORTUGAL

INFORMAR NÃO É CRIME! Mais do que indignado com a violação da liberdade de imprensa, que esse parece ser um direito constitucional que só em países civilizados tem reais garantias, o Sportugal está preocupado em cumprir o compromisso que tem para com os seus leitores: a produção de conteúdos informativos credíveis. Aproveitamos esta oportunidade para esclarecer aqueles que, eventualmente, não estejam esclarecidos sobre o que não integra os nossos propósitos: nunca quisemos prejudicar as investigações no âmbito do processo Apito Dourado, a caminho de ser reaberto; e não, não queremos descredibilizar o trabalho da procuradora-adjunta Maria José Morgado, que tem a dura tarefa de colocar em sentido os alegados prevaricadores que tomaram conta da indústria do pontapé na bola e, já agora, todos aqueles que tiram mais ao desporto português do que aquilo que dão. Que prossigam as diligências e se acusem, se houver provas suficientes para isso - muitas são já do âmbito público, por isso não são segredo; e ainda bem! -, os corruptores do futebol português. Todos eles! Grandes, médios e pequenos; os brancos, os amarelos, os azuis, os pretos, os verdes, os cinzentos, os encarnados, os castanhos, os dos quadradinhos, os das risquinhas e, até, os cor-de-rosa ou de laranja. Os tons do equipamento não nos interessam quando estamos a editar o Sportugal, porque a honra não tem cor. Aquilo que nos interessa é ter a garantia de que não haverá mais manchas nas camisolas que entram em campo, para gáudio dos apaixonados adeptos de futebol.

Nós, os "coitadinhos"

Vimos apelar à participação dos nossos leitores na campanha Informar não É Crime, destinada a angariar fundos que nos permitam substituir o computador portátil gentilmente apreendido pela Polícia Judiciária; diga-se, em abono da verdade, que os senhores inspectores têm sido de uma simpatia extrema. Desgraçadamente, não pertencemos a nenhum grande grupo económico, não defendemos os interesses de qualquer lobby poderoso, temos esta mania de praticar um jornalismo irreverente, que incomoda e que afronta os acomodados, e vemo-nos, de um momento para o outro, desfalcados nos instrumentos técnicos que nos permitem, todos os dias, exercer a função social que achamos que um jornal deve exercer. Convocamos, pois, todos aqueles que forem a favor da liberdade de imprensa e desejarem ter direito a ser informados sem a intoxicação dos grandes grupos de pressão a contactarem-nos no sentido de, se assim for a sua vontade, fazerem um simbólico donativo do tamanho da sua indignação. Com o vosso apoio, seguramente que continuaremos a "teclar"!

Jornalistas, os primeiros da lista

Na sequência dos últimos acontecimentos, não podemos deixar de observar que os jornalistas foram os primeiros a ser perscrutados. Não é líquido que o "mediático" despacho esteja em segredo de justiça, nem isso nos incomoda no imediato.Incomoda-nos, sim, que algumas fontes fiquem em cheque com a apreensão do referido computador, precisamente devido ao facto de o segredo profissional dos jornalistas ser, claramente, algo de desprezível para quem investiga. O Sportugal tem advogados a tratar do assunto. Só não conseguimos compreender por que grau de razões estamos a ser tratados como se de um caso exemplar se tratasse. Outros houve, outros haverá"Quem nunca pecou que atire a primeira pedra", terá dito, há muitos anos, um homem condenado a ser famoso. Pelos vistos, há quem já tenha garantido um lugar no "Éden".

Na medida do cumprimento das regras processuais, o Sportugal colaborará com a PJ, entidade com a qual tem havido uma relação correcta, de acordo com os seus interesses.Posto isto, e mesmo com menos um computador - que, por incrível que possa parecer, nos faz imensa falta -, vamos continuar a dar notícias. Por isso, bola para a frente. Até prova em contrário, informar não é crime!

A Direcção

(eheheheheheheheheh ...)

Abaixo assinado benfiquista

SÓCIOS DO BENFICA PROMOVEM UM ABAIXO-ASSINADO, SOLICITANDO A MUDANÇA DE ATITUDE DA LIGA E DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL.

Um grupo de 39 sócios do Benfica, liderado por Jaime Antunes, enviou cartas a Gilberto Madaíl e Hermínio Loureiro a solicitar que a FPF e a Liga se constituam assistentes no processo "Apito Dourado". Lamenta também que os presidentes das referidas entidades se tenham limitado a fazer considerações gerais", nada tendo feito "no sentido de accionar a justiça desportiva". Laurentino Dias também não escapa às críticas.

O grupo solicita que seja aberto "um processo autónomo para, em sede de justiça desportiva, averiguar o que tem de ser averiguado e punir quem prevaricou".

Segundo os 39 assinantes do abaixo-assinado, o Apito Dourado "demonstra que o espectáculo futebol tem sido manipulado, nomeadamente através da nomeação e classificação de árbitros por conveniência sem que os responsáveis tenham sido punidos até ao momento".

Acho cá uma piada a esta trupe. E em relação aos telefonemas do Luis Filipe Vieira a escolher árbitros para o Benfica, não querem nada?

MST começa-se a confessar ...

Hoje, casualmente, e ao fim de não sei quantos meses, pensei ver o que é que um dos maiores pasquins de Lisboa dizia sobre notícias desportivas. Refiro-me obviamente ao Jornal "A Bola", como não podia deixar de ser. É então que percebo porque razão (não vou agora fazer nenhum relatório do caso) alguns "articulistas" deixaram de ter a prestimosa colaboração das crónicas do sulista-nortenho (ou mouro-galego, como queiram) de nome Miguel Sousa Tavares.
Fartei-me de rir.
Mas, é pena porque além dos "artigos" ficarem "mais pobres", passará a ser o jornal "O Jogo", outro pasquim (qual deles o melhor!) vendido aos interesses da informação sempre "isenta" das gentes que dominam o areópago futeboleiro.
Mas adiante ...Vem isto a propósito da curiosidade que me moveu o pensamento que poderia ter, o dito cujo, MST sobre a abertura do processo do Pinto da Costa ... Jacinto Paixão e companhia limitada.

Eis senão quando me deparo com um comentário do douto jornalista (tanto fala de suinocultura como de relojoaria, ourivesaria e frutaria) a propósito deste caso. Para aqueles que se têm visto privados da opinião deste "artista" vou dar uma ajudinha. Diz ele a certa altura, no dia 23 de Janeiro de 2007 (terça-feira) a propósito do livro recentemente publicado pela D. Carolina Salgado (é assim que ele a trata e só lhe fica bem!):
citação:

"O que ela trouxe no livro e repetiu agora foi a comida requentada. Disse o que já todos sabiam sobre o árbitro Jacinto Paixão, o empresário António Araújo e a fruta. Sobre isto, quero repetir o que já antes escrevi e que me parece absolutamente honesto: julgo que, de facto, o F.C.Porto terá proporcionado $erviço$, e não propriamente de fruta, ao referido árbitro e a pedido deste."

Afinal de contas o FCPorto sempre proporcionou "serviços" ao árbitro Jacinto Paixão!!!!!!!!!!!

a este? A QUANTOS? Desde QUANDO? PARA QUÊ? Ora, será que uma confissão destas, vinda de quem vem, não quer dizer nada? Será que desta vez os fãs do MST acham que ele também não é credível? Tantos disparates de permeio para agora vir finalmente dizer aquilo que toda a gente sabe (como ele próprio diz) mas tem andado a ser emperrado por forças nem sempre estranhas e algumas até com responsabilidades judiciais neste país? (como os magistrados e a própria PJ do Porto que o ajudaram na fuga para Espanha e na fuga às buscas a casa)

Pois é. Curioso.

Bonito serviço ...

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Querem que ela não seja credível, PORQUE SERÁ?

APITO DOURADO: CAROLINA SALGADO É CREDÍVEL PARA MARIA JOSÉ MORGADO.

O depoimento de Carolina Salgado foi determinante para a reabertura do processo referente ao encontro FC Porto-E. Amadora da temporada 2003/04, que foi arbitrado pelo eborense Jacinto Paixão, a 24 de Janeiro de 2004. A ex-companheira de Pinto da Costa venceu o primeiro round do combate com Jorge Nuno. Depreende-se do conteúdo do despacho de reabertura do processo, assinado pela Procuradora-Geral Adjunta, Maria José Morgado, que o depoimento da antiga companheira de Pinto da Costa, a 9 de Janeiro último, foi preponderante. No entanto, nunca se refere directamente ao nome da testemunha...

"Como já vimos, a prova testemunhal superveniente, cuja certidão foi junta aos autos, afigura-se-nos substancialmente esclarecedora da principal dúvida indiciária determinante do arquivamento", pode ler-se no ponto IV do despacho. E a "dúvida" incide, essencialmente, na relação entre os alegados serviços de prostituição e a indiciada corrupção da arbitragem do referido jogo. A dado passo do despacho assinado por Maria José Morgado fica-se sem dúvidas sobre a seriedade e credibilidade conferidas ao testemunho de Carolina Salgado. "A relação directa deste depoimento com o tema da prova nos autos, atribui-lhe um carácter sólido, ou pelo menos suficientemente sólido, obrigando à necessária invalidação da fundamentação do arquivamento.

ARGUMENTOS E INDÍCIOS REPETIDOS...

O despacho demonstra o esforço de Morgado para não beliscar quem conduziu o processo anteriormente. Contudo, a magistrada volta a referir componentes importantes do denominado caso Apito Dourado:

"O propósito de cada um dos arguidos, por todos aceite e conhecido, seria o de beneficiar indevidamente a equipa do FC Porto, na competição que veio a disputar-se naquele dia. O propósito de beneficiar um clube, através da violação das leis do jogo, a troco de contrapartidas, preenche os elementos do crime, independentemente do resultado do jogo."

Maria José Morgado explica:

"Os factos, a indiciarem-se suficientemente, teriam sido susceptíveis de fundamentar a acusação por co-autoria do crime de corrupção desportiva activa (...) contra os arguidos Pinto da Costa, António Araújo, Luís Lameira e Reinaldo Teles; e a prática em co-autoria do crime de corrupção desportiva passiva (...) contra os arguidos Jacinto Paixão, José Chilrito e Manuel Quadrado."

CAROLINA VENCE O PRIMEIRO ROUND...

No seu livro, Carolina Salgado já referira a grande proximidade do presidente dos dragões com alguns homens do apito.

"Os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte eram visitas de nossa casa, sempre trazidos pelo António Araújo. Por ser muito cuidadoso, Jorge Nuno nunca falou com um árbitro ao telefone, nem precisava de o fazer, visto que eles iam lá a casa para confraternizar."

A reabertura deste processo acaba por representar uma primeira vitória da antiga companheira de Pinto da Costa, que se propôs ao combate publicamente com a publicação, a 8 de Dezembro passado, de "Eu, Carolina". Muitos tentaram retirar importância às revelações mais picantes para o mundo do futebol português, mas, para já, Carolina Salgado conseguiu, com o seu testemunho, provocar a reabertura do processo, que havia sido arquivado em Abril de 2006.

Por sinal, Carolina nunca referiu no seu livro o nome do ex-árbitro Jacinto Paixão (retirou-se da arbitragem já depois do início do processo...). Referiu outros nomes conhecidos do futebol e suas interligações; tanto no livro como na inquirição... Mas muitos ficaram com mais motivos para não dormirem descansados depois de 9 de Janeiro.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Sempre atento ... diz ele!

COMISSÃO DISCIPLINAR DA LIGA ESTÁ ATENTA AO PROCESSO APITO DOURADO, GARANTE O SEU PRESIDENTE RICARDO COSTA.

O presidente da Comissão Disciplinar (CD) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Ricardo Costa, prometeu hoje continuar "atenta" aos desenvolvimentos no processo Apito Dourado, garantindo que actuará sempre que for adequado. "A CD está atenta aos desenvolvimentos dos vários processos. Sabemos quais os nossos poderes e saberemos utilizá-los, se porventura não o fizemos já", adiantou Ricardo Costa, acrescentando que ainda não foi aberto qualquer processo disciplinar ao árbitro Paulo Baptista, que foi recentemente constituído arguido no polémico caso de corrupção.

O dirigente da CD da Liga aposta numa política de "informação directa" com a comunicação social e falou de vários casos desportivos, revelando que a questão da falta de comparência do Gil Vicente a jogos da Liga de Honra, no início da temporada, vai ser decidida "muito em breve".

Mais onze (11) processos

A FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL INSTAUROU PROCESSOS A 11 ÁRBITROS POR INDÍCIOS DE CORRUPÇÃO EM JOGOS OFICIAIS, NA ÉPOCA DE 2003/04

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou a instauração de processos disciplinares a 11 árbitros devido a corrupção. Num comunicado divulgado hoje, a FPF esclarece que os processos surgem em virtude de "indícios de corrupção em jogos oficiais" e vêm na sequência de processos de averiguações relativos à época de 2003/04.

Manuel Mendes, Fausto Marques, Jorge Marques, Rui Silva, Pedro Sanhudo, Hugo Silva, João Macedo, Ricardo Pinto, Cosme Machado, Licínio Santos e José Rodrigues são os árbitros alvos de inquérito.

Dos nomes referidos, o destaque vai mesmo para Cosme Machado, de Braga, que integra a 1.ª categoria desde a época passada - em 2005/06 dirigiu 5 jogos da Liga e esta temporada já orientou outros 4, além de 5 da Liga de Honra.

domingo, 21 de janeiro de 2007

É tudo boa gente, então não é?

COMUNICADO DA DIRECÇÃO DA SPORTUGAL

Na sexta-feira, 19, foi publicado em primeira página pelo jornal Público que tinha sido reaberto o inquérito relativo ao jogo FC Porto-Estrela da Amadora, no âmbito do caso "Apito Dourado". Esta notícia foi publicada antes mesmo de as partes do processo terem sido notificadas. Tal até foi divulgado publicamente pelo árbitro Jacinto Paixão, através do seu advogado, António Pragal Colaço.

Chegaram à nossa redacção, por via anónima, várias cópias do referido despacho. Este facto leva-nos a concluir que muito mais cópias estarão a circular - como é hábito -, nomeadamente junto de outras publicações com maior grau de implantação. Contactados os nossos consultores jurídicos, os mesmos consideraram que a divulgação de um despacho de reabertura de inquérito sujeito a reclamação hierárquica não configura qualquer violação do segredo de justiça, em virtude de o processo que foi reaberto estar arquivado. Porque, a ter havido violação do segredo de justiça, a mesma já teria sido praticada pelo jornal Público.

Defendemos e exigimos que seja feita uma investigação completa sobre de onde terá partido a informação, que terá permitido ao referido diário generalista de grande credibilidade publicar a notícia na sexta-feira, antes de os advogados das partes terem sido notificados; provavelmente, terão sabido do despacho pelo próprio jornal. Esta temática está a ser transformada numa guerra entre meios de comunicação social, pelo que, por essa razão, o Sportugal, por uma questão ética, retirou a acessibilidade ao referido despacho. Por último, o Sportugal mandatou os seus advogados no sentido de aquilatar e recolher todas as notícias que foram publicadas antes da acessibilidade ao referido despacho.

O Sportugal pauta-se por condutas transparentes, idóneas, sérias e independentes. Desde o primeiro minuto em que estamos online que o nosso único propósito é informar. Com credibilidade e alguma irreverência. É o que continuaremos a fazer, dia a dia. Tal como alguns colegas da comunicação social fazem.

A Direcção

Novo livro de Marinho Neves?

MARINHO NEVES, EX-JORNALISTA PROMETE LANÇAR UM LIVRO SOBRE O APITO DOURADO

O ex-jornalista Marinho Neves, que se auto-intitula o maior conhecedor do fenómeno da corrupção desportiva em Portugal, promete lançar um livro com factos reais, logo que termine o segredo justiça no processo Apito Dourado. Neves, autor do livro "Golpe de Estádio" - um romance ficcionado sobre a corrupção no futebol português e que hoje relançou, passados 11 anos da primeira publicação -, considera que o documento "será histórico para o futebol português".

"Trabalhei sempre em investigação em relação à corrupção no futebol português. Conheço os meandros e bastidores e acho que, até melhor do que a Polícia Judiciária, poderei entender aquilo que foi ouvido e gravado", frisou o ex-jornalista.
Marinho Neves considerou que há ligações que "o público não entende e que a própria PJ não entende porque não conhece as pessoas e não sabe o valor que têm na estrutura do futebol português", mas que os fenómenos de corrupção de há 11 anos são os mesmos de agora.
"São os mesmos processos de corrupção que conhecemos através do processo Apito Dourado e agora começam a aparecer nomes e factos", sublinhou o ex-jornalista, acrescentando que o processo "Apito Dourado" teve o mérito de trazer à luz muita informação.

No livro "Golpe de Estádio", hoje relançado, Marinho Neves conta em forma de romance ficcionado casos de corrupção no futebol português que já envolviam nos anos 90 a compra de árbitros, tráfico de influências e negócios de prostituição. A nova edição do livro, sob a égide da editora Terramar, foi justificada pela solicitação constante de novas cópias e pelo mercado que o livro começou a gerar, com publicações na Internet e em blogues e, sobretudo, devido à actualidade do Apito Dourado.

Neste relançamento, o jornalista contou ainda a sua passagem pelo Sporting, em 2000, onde trabalhou em investigação para Dias da Cunha e esteve sempre a par dos jogos de bastidores e influências de poder, alertando o clube de Alvalade para isso."A minha missão no Sporting era continuar a investigação nos corredores do futebol e fazer relatórios periódicos dando conta do que tinha averiguado. De os avisar dos perigos que corriam e dos caminhos a percorrer para se libertarem das pessoas que tinham poder".

Marinho Neves frisou que Dias da Cunha foi o dirigente "mais honesto" que conheceu e que a partir do momento em que este deixou o clube não fazia sentido continuar com dirigentes que não pretendiam seguir o mesmo caminho. "O meu mal foi quando comecei a adiantar investigações e percebi que elas estavam a cair dentro do Sporting. Alguns dos meus relatórios já eram lidos no Norte. Era grave, pois eram pessoas do Sporting que os faziam saltar cá para fora", acusou. O ex-jornalista deu como exemplo do seu trabalho em Alvalade o recolher de informações que previam os árbitros para um jogo "grande" e o encontro que o antecedia e a informação dos futebolistas "leoninos" a serem expulsos.

Em foco da parte do ex-jornalista esteve ainda a entrevista em que Dias da Cunha referiu que Pinto da Costa e Valentim Loureiro eram "os rostos do sistema", em Março de 2004, um mês antes de "rebentar" o Apito Dourado, envolvendo ambos os dirigentes.

A finalizar, o ex-jornalista disse acreditar no trabalho de Maria José Morgado e da equipa que trabalha com ela, embora as pessoas não possam esperar milagres perante "uma justiça portuguesa por vezes 'sui generis'". Marinho Neves disse também que "as pessoas esperam que com a queda de Pinto da Costa haja mais tranquilidade", mas alertou, sem falar nomes, que "já há aí uma quadrilha para tomar conta do futebol português e alguns até são amigos dele (de Pinto da Costa)".

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

A resposta do Valentão à Carolina

VALENTIM LOUREIRO RESPONDE ÀS DECLARAÇÕES DE CAROLINA SALGADO."É TUDO MENTIRA".

Valentim Loureiro reagiu esta tarde, às alegadas declarações comprometedoras da ex-companheira de Pinto da Costa, Carolina Salgado, ontem, ao juiz de instrução do Processo Apito Dourado, Miguel Pedro Vieira.

"É mentira que alguma vez tenhamos almoçado, lanchado ou jantado no Degrau Chá ou em qualquer outro restaurante!" garantiu Valentim Loureiro, que acrescentou de pronto:

"Nesta meia dúzia de anos que a senhora viveu com Pinto da Costa o relacionamento que houve entre nós foi em encontros institucionais no Bessa, no Dragão, em casinos ou em hotéis nas festas do FC Porto. Nunca fui a casa deles nem eles à minha. Não convivíamos, ao contrário do que a senhora Carolina Salgado quer fazer parecer."

Loureiro alegou, igualmente, que não teria efectuado qualquer refeição com Pinto da Costa e Pinto de Sousa, mesmo sem Carolina. Tal como nega que o ex-presidente do CJ da FPF tivesse marcado presença em jogo no Bessa nos últimos anos. Valentim Loureiro que fez questão de alertar para o facto de estar apenas a responder ao que leu nos orgãos de comunicação social, já que o Processo Apito Dourado está em segredo de justiça, bem como as declarações inerentes ao caso em questão.

O major aproveitou para acusar, com uma folha do livro de Carolina Salgado na mão, que na obra estará escrito que enquanto presidente da Liga terá interferido no desenvolvimento do processo FC Porto-Sporting (em que Mourinho terá rasgado a camisola a Rui Jorge) a fim de "pagar uma dívida de gratidão".

"É mentira! se no livro tudo for verdade como não é isto..." E concluiu: "Mantenho o que disse em 2004, quando fui ouvido por causa deste processo. Estou inocente."

Recorde-se que Carolina Salgado terá dito que o ex-presidente do Conselho de arbitragem da FPF, Pinto de Sousa ajudava o Gondomar a ter nos seus jogos (na época 2003/2004) árbitros que lhe fossem favoráveis. A par desta acusação, também terá informado o juiz que havia encontros entre Valentim Loureiro, Pinto da Costa e Pinto de Sousa no referido restaurante, uma vez que saberiam ter os telefones sob escuta.

Ai se o Degrau Chá falasse ...

CAROLINA SALGADO COMPROMETE VALENTIM LOUREIRO.
PINTO DA SOUSA NÃO NEGAVA FAVORES A VALENTIM.

Carolina Salgada disse ao juiz de instrução do processo Apito Dourado, Pedro Miguel Vieira, no passado dia 18 de Dezembro, que Pinto de Sousa não conseguia negar favores a Valentim Loureiro.Segundo a ex-companheira de Pinto da Costa, o ex-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF ajudava o Gondomar a ter nos seus jogos, na época de 2003/2004, árbitros que lhe fossem favoráveis. Carolina revelou ainda que Pinto da Costa também participava em reuniões com Valentim Loureiro e Pinto de Sousa no restaurante Degrau Chá, próximo do Estádio do Bessa e propriedade da família do major. E estabeleciam ali conversas porque sabiam que tinham os telemóveis sob escuta. Tal acontecia, alegou, quando os jogos não corriam bem ao Gondomar e ao FC Porto.

Valentim Loureiro seria insistente e persuasivo na forma como abordava Pinto de Sousa. Carolina recorda ainda um episódio ocorrido no Estádio do Bessa, no qual o major mostrava toda a sua indignação a Pinto de Sousa pelo facto de um árbitro não ter beneficiado o Gondomar. Ao juiz, Carolina disse também que Valentim falava a Pinto de Sousa de contrapartidas para os árbitros que apitassem os jogos da equipa gondomarense.

À ESPERA DE SER OUVIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO

Recorde-se que Carolina Salgado ainda não foi ouvida pelo Ministério Público após a publicação do seu livro de memórias, por determinação de Maria José Morgado, a coordenadora do processo, que a deverá ouvir brevemente. Aquela que durante seis anos viveu maritalmente com Pinto da Costa apenas foi ouvida pelo juiz de instrução do Gondomar porque este soube da sua presença no tribunal quando ali lhe foi dado conta do adiamento da audiência com o MP. Miguel Pedro Vieira entendeu que Carolina podia possuir conhecimentos importantes para o apuramento dos factos em apreciação (a presumível viciação dos jogos do Gondomar). Carolina confessou conhecer algumas das pessoas já acusadas, como são os casos de Valentim Loureiro e Pinto de Sousa e também José Luís Oliveira, ex-presidente do clube gondomarense.

O que Carolina Salgado disse ao tribunal

A Ex-companheira de Pinto da Costa disse ao juiz de Gondomar que testemunhou encontros para exigir árbitros e garante que Valentim Loureiro prometia «recompensas». Carolina prestou juramento em tribunal. Carolina Salgado revelou ao juiz de instrução do processo «Apito Dourado» que Pinto da Costa, Valentim Loureiro e o ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Pinto de Sousa, mantinham encontros frequentes no restaurante portuense «Degrau Chá», propriedade do autarca de Gondomar, porque sabiam que os respectivos telemóveis estavam sob escuta e assim «podiam falar mais tranquilamente».
A antiga companheira do presidente do Futebol Clube do Porto (FCP) terá ainda acrescentando, durante o interrogatório no Tribunal de Gondomar, a 18 de Dezembro, que estas reuniões ocorriam «mais ou menos de 15 em 15 dias ou quando algum jogo, quer para o Porto quer para o Gondomar, não corria de feição».

Durante estes encontros, a que Carolina afirma ter assistido, a ex-companheira do dirigente portista recorda-se de «ouvir por diversas vezes o arguido Valentim Loureiro dirigir-se ao arguido Pinto de Sousa e dizer-lhe ó Zé, vê lá isso, vê lá se falas com o gajo ou vê lá se escolhes o gajo para ajudar, tendo sempre em vista a presença do árbitro mais favorável para que pudesse ajudar o Gondomar a ganhar os respectivos jogos».

A antiga companheira de Pinto da Costa, que prestou juramento durante o interrogatório feito pelo juiz Pedro Miguel Vieira, referiu ainda uma conversa entre os arguidos na Sala VIP do estádio do Bessa, no Porto, em que Valentim Loureiro se mostrava «muito indignado pelo facto de o árbitro que apitara o jogo do Gondomar não ter alegadamente beneficiado ou ajudado de maneira a que o Gondomar pudesse ganhar o jogo».

No decurso das conversas a que assistiu, Carolina Salgado afirmou recordar-se de ouvir Valentim Loureiro referir ao arguido Pinto de Sousa «que depois os árbitros seriam recompensados com a oferta de presentes». Acrescentou, finalmente, que o arguido Pinto de Sousa «mostrava-se bastante subjugado ao arguido Valentim Loureiro, sendo incapaz em algum momento de lhe negar algum serviço ou de contrariar o que ele dissesse ou quisesse».

A defesa de Valentim Loureiro confirmou ter sido notificada das declarações de Carolina Salgado, considerando-as «irrelevantes». O advogado Amílcar Fernandes acrescentou que ainda não decidiu qual a resposta a dar ao testemunho da antiga companheira do presidente portista. Recorde-se que Valentim Loureiro está acusado de 26 crimes de corrupção activa em cumplicidade, no âmbito do processo que se encontra na fase de instrução no Tribunal de Gondomar. Pinto de Sousa está acusado por 26 crimes de corrupção passiva para acto ilícito.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

A confiança nos arguidos

VITOR PEREIRA MANTÉM A CONFIANÇA NO ÁRBITRO PAULO BAPTISTA, ARGUIDO NO PROCESSO APITO DOURADO.
LÍDER DA COMISSÃO DE ARBITRAGEM ESCLARECE O SEU PONTO DE VISTA EM RELAÇÃO AO ÁRBITRO DE PORTALEGRE.

Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem (CA) da Liga, garantiu hoje que mantém toda a confiança em Paulo Baptista, formalmente constituído arguido no processo "Apito Dourado", apesar de o juiz de Portalegre não ter sido nomeado para qualquer jogo do próximo fim-de-semana.

"Mantenho toda a confiança nele. Ele disse-me que tem a consciência tranquila. É um dos árbitros mais experientes e com mais jogos, há vários anos nesta categoria. Somos poucos e queremos contar com toda a gente na plenitude das suas competências", esclareceu o líder da CA.

Vítor Pereira admite mesmo que o árbitro poderá ser escolhido para jogos futuros. "Não há razão jurídico-legal para que não seja nomeado. Se entendermos que se ajusta a sua nomeação, será nomeado", garantiu. O dirigente da Liga lembrou que a Comissão de Arbitragem "não tem competência disciplinar ou regulamentar para o suspender" e que "nestas circunstâncias apenas a Comissão Disciplinar o pode fazer".

"O fundamental é que o processo seja resolvido o mais cedo possível, para que as coisas fiquem claras e se saber, preto no branco, quem é quem", concluiu Vítor Pereira, assegurando que a ausência de Paulo Baptista das nomeações para os jogos do fim-de-semana "não foi voluntária", pois em todas as jornadas há nove árbitros e 20 árbitros assistentes que não são chamados.

O valentão a espernear

VALENTIM LOUREIRO QUER QUE O CONSELHO DE JUSTIÇA DA FPF SE PRONUNCIE SOBRE A CORRUPÇÃO ACTIVA DE QUE É ACUSADO.

Valentim Loureiro quer que o novo Conselho de Justiça da Federação se pronuncie sobre o processo em que é acusado de corrupção activa. O pedido do presidente da Assembleia Geral da Liga acontece depois de na semana passada ter sido divulgada publicamente a acusação do Ministério Público da Figueira da Foz. No mesmo processo o árbitro Paulo Baptista é acusado de corrupção passiva. O objetivo de Valentim Loureiro, é que o Conselho de Justiça tenha conhecimento de todas as escutas realizadas pelas autoridades policiais. E não apenas as partes utilizadas na acusação do MP.

Com isso, espera Valentim, será possível provar que nada existe de errado na conversa com o árbitro de Portalegre. Enquanto presidente da Liga, Valentim Loureiro nunca deu qualquer passo decisivo no sentido de ver analisado pela justiça desportiva o processo «apito dourado». Valentim confirma o envio de uma carta ao CJ da federação e diz que agora é ele que deseja ver «tudo clariicado, pelo menos no plano desportivo».

Esta terça-feira a Comissão de Arbitragem vai revelar os árbitros nomeados para o próximo fim-de-semana. É improvável que Paulo Batista esteja entre eles. A acusação do Ministério Público deverá em breve ser analisada pela Comissão Disciplinar da Liga.

sábado, 6 de janeiro de 2007

Jorge Coroado à lupa de António Tadeia

UM ÁRBITRO GARRIDO (OPINIÃO DE ANTÓNIO TADEIA, JORNALISTA)

Para o último jogo da sua carreira, a final da Taça de Portugal de 2001, entre o FC Porto e o Marítimo, Jorge Coroado apareceu de preto. Numa altura em que aos árbitros estava aberta a hipótese de escolherem toda uma panóplia de cores berrantes - vermelho, amarelo - o mais garrido juiz de campo da história do futebol português voltou ao negro. Uma forma de lembrar a tradição ou mais uma tentativa de ser diferente, de se constituir como protagonista de um jogo onde, por norma e se tudo correr bem, são os futebolistas quem monopoliza as luzes da ribalta?Coroado nunca teve medo de ser a notícia.

Pelo contrário: enfrentou sempre as câmaras com um misto de dever e satisfação - e talvez por isso consiga hoje ser comentador de arbitragem com presença regular numa estação de rádio, duas de televisão e um jornal desportivo e tenha colocado o nome nos tops de vendas de livros em Portugal, através da edição pela Prime Books de "O Último Cartão", escrito a meias com o jornalista Jorge Baptista.

Nesta obra, o bancário de Carnaxide denuncia a podridão que encontrou nos 26 anos em que andou pela arbitragem activa (de 1975 a 2001), chama "chico-esperto" a Valentim Loureiro, diz que Pinto da Costa é "intratável", regressa ao caso da polémica expulsão de Caniggia num Benfica-Sporting, que lhe valeu até hoje a má vontade do Benfica, ao episódio da "azia" que disse sentir depois de se ter apercebido dos erros cometidos num Chaves-Sporting, em prejuízo claro dos "leões", ou à recusa de um valioso serviço de louça oferecido pelo então presidente do Beira-Mar, Silva Vieira.

No livro, pode ver-se Coroado como ele é: egocêntrico ao ponto de quase parecer desequilibrado, mas ao mesmo tempo desassombrado e honesto, sem qualquer sentimento corporativo de defesa de classe ou instinto político virado para o tráfico de influências. A maior prova encontra-se logo no ano em que subiu a internacional (1990), quando recusou participar numa homenagem a Lourenço Pinto, então presidente da Comissão de Arbitragem, por nela encontrar resquícios de um condenável "beija-mão".
"De cardeais Richelieu já tenho a minha conta", disse então o homem que, já depois de abandonar os relvados, reagiu com um "Não sei quem é" à notícia de um processo que lhe tinha sido movido pelo ex-colega Vítor Pereira ou que provocou o seu próprio veto para dirigente dos árbitros com mais uma provocação aos poderes instituídos: "No futebol português há majores, mas há muitos com vontade de serem promovidos a coronéis sem jagunços".
Por estas e por outras mostras de radicalismo - como as cenas de pancadaria protagonizadas em Julho com o árbitro Paulo Costa, no funeral do ex-árbitro Vítor Correia -, este confesso adepto do Belenenses, onde chegou a praticar atletismo, ainda hoje divide os adeptos de futebol em Portugal. E não admira que assim seja. Findo o seu último jogo, perguntaram-lhe o que ia fazer a seguir. Coroado disse que talvez tentasse tirar um curso de Direito. "Assim, da próxima vez que me chamarem aldrabão, serei um aldrabão licenciado". Mas nunca consensual.

Entrevista a Jorge Coroado - o tal que tinha azia quando arbitrava jogos do Sporting

Os árbitros temiam Pinto da Costa e Valentim Loureiro
Jorge Coroado colaborou como perito no processo Apito Dourado. Nesta entrevista fala das pressões, dos recados e das ameaças que recebeu ao longo da carreira. Lamenta "a subserviência dos árbitros ao poder" e diz que esteve uma vez em casa de Valentim Loureiro e não gostou. Defende que árbitros e dirigentes envolvidos no Apito Dourado deveriam cessar funções e aconselha Maria José Morgado a estar atenta.
- Pergunta: Depois de mais de 25 anos na arbitragem, o que soube pelo Apito Dourado que não conhecesse já?
- Jorge Coroado: De tudo o que saiu até agora, nada foi novidade. São coisas antigas e práticas velhas. A única matéria menos conhecida era a existência de uma relação tão directa entre autarquias e futebol.
- Árbitros arguidos devem continuar a arbitrar?
- Nem árbitros suspeitos devem continuar a arbitrar nem dirigentes suspeitos devem continuar a dirigir. Mas nós em Portugal damos muito valor aos vigaristas.
- Que conselho dá a Maria José Morgado?
- Que esteja atenta, que evite chamuscar-se neste processo.
- Ao longo destes dois anos colaborou no processo...
- Como outros, fui nomeado perito pelo Ministério Público.
- Conheceu casos concretos de corrupção na arbitragem?
- Directamente não. O que sempre notei foi uma enorme subserviência dos árbitros perante pessoas a quem reconheciam autoridade, para progredirem na carreira.
- Esse medo está relacionado com as classificações...
- Exactamente. A postura subserviente partia do próprio árbitro que na hora de decidir um lance encolhia--se. Vou dar-lhe um exemplo: há uns anos, num FC Porto-Benfica, aos 20 minutos de jogo, perante uma falta gravíssima do João Pinto, o árbitro fez de conta que nada viu. Pouco depois, encontro-o: "Olha lá porque é que não mostraste o vermelho?" Diz-me ele: "Expulsar o capitão do FC Porto, aos 20 minutos, nas Antas?! Deves estar maluco". Este medo sempre me incomodou.
- Medo de Pinto da Costa e de Valentim Loureiro...
- Sem dúvida. Esses eram as principais figuras, aquelas a quem se reconhecia maior poder pelos cargos que ocupavam e os árbitros temiam-nos. O Benfica e o Sporting também tinham o seu peso, mas não como os outros dois casos.
- Tentaram comprá-lo
- Não. Mas quando discordei publicamente da integração da arbitragem na Liga de Clubes, o director executivo, José Guilherme Aguiar, teve uma conversa comigo, muito curiosa, no seu gabinete, a 2 de Dezembro de 1996, em que contou o seguinte: quando era vice-presidente do FC Porto disse um dia ao Paulo Futre que ou cumpria as regras ou não podia jogar naquele clube. "E olhe que o Futre era a estrela da companhia", rematou. Percebi o recado: ou me calava ou me punham à margem.
- Foi posto à margem?
- Não. Calei-me. E no ano seguinte até fui o primeiro.
- E pressões em jogos?
- Citei numa pessoa do FC Porto, conto agora um caso com alguém ligado ao Benfica. Em 87 ou 88, Porfírio Alves, do Conselho de Arbitragem, disse-me que na parte final dos campeonatos certos clubes não me queriam a arbitrar nos jogos em casa. Foi claro que se tratou de uma tentativa de me explicar que se fosse mais flexível poderia apitar mais jogos.
- Voltou a ceder?
- Durante uns tempos procurei rectificar um ou outro comportamento mas não consegui. Não estava a ser eu e voltei ao meu caminho.
- Algum dia um colega lhe confessou um suborno?
- Não. Os meus colegas não morriam de amores por mim e eu não morria de amores por eles. Um dia disseram- -me que um dos meus fiscais-de-linha tinha recebido uns bens. Não sei se foi verdade ou não. Mas comecei a notar-lhe um comportamento estranho.
- O que lhe fez?
- Corri com ele da minha equipa.
- Viu árbitros a enriquecer?
- O que sempre vi foi uma enorme vontade de agradar ao poder. Nos anos 80 contava-se a história de um árbitro que se afastou da arbitragem após o pagamento de uma verba do conselho de arbitragem.
- Ficou surpreendido com o envolvimento de Pinto de Sousa no Apito Dourado?
- Pinto de Sousa é um homem afável, pouco disponível para confrontos, dado a consensos. Tendo em conta este perfil, acredito que é muito capaz de se ter deixado envolver em situações pelas quais está indiciado. Mas não o vejo a fazê-lo para tirar proveitos pessoais, mas sim para não se aborrecer.
- Conhece árbitros que vivam acima das suas possibilidades?
- Há situações que sempre estranhei, mas há quem faça milagres com o dinheiro. Vi quem ganhasse menos do que eu ter carros muito melhores do que o meu, viajar muito mais do que eu, frequentar restaurantes acima da média. Mas não vou fazer juízos.
- Alguma vez entrou em casa de um dirigente?
- Duas vezes. Na de Adriano Pinto, onde almocei e onde não se falou por um segundo de futebol. E, a convite do sr. Pinto de Sousa, acompanhado por mais dois árbitros, na de Valentim Loureiro. Foi após um Boavista-Benfica, no final da década de oitenta, um jogo arbitrado por Carlos Valente, que o Boavista perdeu. Foi muito constrangedor. Não gostei do comportamento de Valentim Loureiro e muito menos da maneira como ele tratou as pessoas que estavam ao seu serviço, os empregados da casa.
- Nunca esteve em casa de Pinto da Costa?
- Nunca. Nem faço ideia onde mora.
- Como eram as vossas relações?
- Em 1993, no dia 28 de Dezembro, num Boavista-FC Porto, expulsei 3 jogadores do FC Porto e dois do Boavista e ainda ficou por marcar um penálti contra o FC Porto que, por estar de costas, não vi. No final, o Pinto da Costa entra na cabine dos árbitros de forma muito agreste que não me agradou. Tive que lhe lembrar que aquela era a minha cabine e, portanto, o melhor que ele tinha a fazer era sair.
- Como é que ele reagiu?
- Pinto da Costa reconhece quem o enfrenta.
- Leu o livro de Carolina?
- Não conheço a senhora nem privei com ela. Se se tratasse de um homem diria que estava ali um corno atraiçoado. Como é uma mulher, trata-se do testemunho de um coração traído.
- Ofereceram-lhe serviços de prostitutas?
- Na Roménia, foi-me oferecida a companhia de uma senhora, lindíssima, que não era prostituta mas que estava obrigada a fazê-lo sob pena de despedirem o marido. Foi uma situação terrível e degradante. Mas em Portugal também não era nem é uma novidade.
- Foi ameaçado?
- Fui, no Estádio da Luz, em 1991, no final de um Benfica-Torreense, pelo sr. Gaspar Ramos. Em 1995 o mesmo dirigente disse aos berros que iria fazer de tudo para acabar com a minha carreira.
- De que clube recebeu mais pressões?
- Do Benfica e dos seus dirigentes. Inquestionavelmente. Estou convicto de que se mais carreira não tive foi por influência de gente do Benfica. De Gaspar Ramos a Luís Filipe Vieira, que vetou o meu nome, em 2002, para vice-presidente do Conselho de Arbitragem.
- Mas fez uma carreira longa.
- Só por duas vezes fui o melhor árbitro. Quando confrontei Pinto de Sousa, ele disse que a Associação do Porto dava cabo dele se, em dois anos consecutivos, o primeiro da lista fosse um árbitro de Lisboa.
- Algum dia duvidou das suas classificações?
- No ano em que fiquei em 22.º lugar achei estranho.
- Vítor Pereira, como presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, pode melhorar o sector?
- Se não fizer o que sempre fez, ou seja, a permanente procura de distinções pessoais.
- Sempre foram rivais. Falam-se?
- Institucionalmente cumprimento toda a gente. Como também faço festas aos animais.
- Qual foi o presente mais caro que já recebeu de um dirigente?
- Um serviço de porcelana da Vista Alegre, que o então presidente do Beira-Mar, Silva Vieira, mandou entregar em casa de minha mãe. Pedi-lhe que fosse levantar o embrulho porque não o queria e comuniquei o caso ao Conselho de Arbitragem. A notícia saiu num jornal, Silva Vieira resolveu insultar-me e foi responder a Tribunal. Ao fim de dez anos foi condenado e indemnizou-me. Com esse dinheiro e um bocadinho mais comprei um carro, um Citroën C 3.
- Tem apitos dourados?
- Seis. Um que recebi do Sporting, no tempo de Sousa Cintra, e os outros foram-me dados por jornais.
- E relógios?
- Cerca de 50 relógios que me foram oferecidos pelos clubes, dos mais variados valores. A minha regra para aceitar estes presentes foi sempre simples: apenas aceitava ofertas que eu pudesse comprar e só as recebia depois dos jogos. Porque muitos dirigentes apareciam antes dos jogos e no final, se a equipa perdia, esqueciam-se.
- Havia quem aceitasse ou oferecesse carros?
- Havia quem os comprasse com muitas facilidades de pagamento.

Duas mulheres a agitarem o Apito Dourado

Carolina Salgado e Maria José Morgado apareceram na recta final de 2006 para dar fôlego ao processo de corrupção no futebol. Este foi o ano de acusações e processos arquivados. Que agora podem renascer.
A acusação no processo «Apito Dourado» parecia marcar o ponto alto no processo de corrupção no futebol, em 2006, mas na recta final do ano, duas mulheres trouxeram novo fôlego (e que fôlego!) ao escândalo do futebol. Carolina Salgado e Maria José Morgado: sobre elas falaremos mais adiante.
- 8/2/06: 27 arguidos conhecem a acusação. Valentim Loureiro é o mais mediático. É acusado de 26 crimes de corrupção activa sob a forma de cumplicidade e dois crimes de prevaricação, estes relacionados com a gestão autárquica. A acusação cinge-se ao jogo do Gondomar Sport Clube.São extraídas 81 certidões do processo e enviadas para 32 comarcas diferentes, de Lisboa ao Funchal. Segundo a Procuradoria-Geral da República, em Setembro havia 14 arquivamentos e duas acusações: uma delas respeita ao jogo Marítimo/Nacional (2004). Os arguidos são o ex-árbitro Martins dos Santos e o ex-vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF e também antigo presidente do Marítimo, António Henriques.
- 10/4 O principal visado na acusação do Apito Dourado, ex-presidente do clube de Gondomar, José Luís Oliveira, reclama a inconstitucionalidade da lei que pune a corrupção no desporto. Argumento: irregularidades na lei de autorização legislativa. Mais tarde junta um parecer do constitucionalista Gomes Canotilho a sustentar a tese. Está nas mãos do juiz de instrução o destino do processo.
- 24/4 Pinto da Costa foi ilibado no processo relativo à oferta de prostitutas aos árbitros do jogo FC Porto-Estrela da Amadora. Eram ainda arguidos neste processo, o administrador da SAD do FC Porto Reinaldo Teles, o árbitro Jacinto Paixão, o ex-árbitro António Garrido e o empresário António Araújo. Todos foram ilibados.
- 26/4: DIAP do Porto arquivou o processo relacionado com as ligações entre Valentim Loureiro e empresários da construção, considerado um dos mais graves envolvendo o major. Em causa, o alegado favorecimento dos empresários na atribuição de empreitadas, relacionadas com a Câmara de Gondomar e com o Metro do Porto, em troca de financiamentos para o Boavista Futebol Clube.
- 26/5: Valentim pede o afastamento do procurador e justifica com o «historial de más relações e inimizade» anterior ao processo. O requerimento é indeferido.
- 25/9: PJ investiga fuga de informação e pede à PGR que descubra quem avisou Pinto da Costa do mandado de detenção.
- 8/12: «Eu, Carolina», o livro da ex-companheira de Pinto da Costa é publicado. Carolina Salgado faz várias denúncias que atingem factos investigados. Garante que recebeu 10 mil euros do presidente do FCP para contratar dois homens que agrediram o ex-vereador socialista da Câmara de Gondomar, Ricardo Bexiga, cujas denúncias espoletaram o caso «Apito Dourado». Revela, ainda, que Pinto da Costa foi avisado das buscas da PJ a sua casa, o que lhe permitiu «fugir» para Espanha e ganhar tempo para preparar o depoimento em tribunal. PGR admite que está a ler o livro «Eu, carolina» com atenção.
- 9/12: procurador-adjunto que investigou o processo «Apito Dourado» admite ter sido alvo de perseguições de carro por parte de elementos próximos de arguidos do processo. E garante mesmo ter identificado uma das pessoas.
- 12/12: Instrução do processo «Apito Dourado» começa à porta fechada
- 14/12: Procurador-Geral da República nomeia a procuradora-geral adjunta, Maria José Morgado, para chefiar uma equipa que vai investigar todos os casos extraídos do processo «Apito Dourado». Livro de Carolina «apressou» decisão. Processos arquivados podem ser reabertos, dependendo dos novos elementos de prova recolhidos.
- 18/12: Juiz de Gondomar ouve a ex-companheira de Pinto da Costa como testemunha. Magistrado invoca as «relações pessoais» entre o presidente do FCP e dois arguidos do processo, Valentim Loureiro e Pinto de Sousa. E entende que o seu depoimento pode ser «importante para a descoberta da verdade»
O ano de 2007 promete novidades.

Irregularidades nas escutas? Inconstitucionalidades? ... ehehehehe

" NÃO FAÇO MILAGRES" DIZ MARIA JOSÉ MORGADO.
REABERTURA DE CASOS ARQUIVADOS "PODE SER COMPLICADA".

MAS MARIA JOSÉ MORGADO ADMITE PUNIÇÕES, MESMO QUE A LEI DO CRIME DESPORTIVO SEJA DECLARADA INCONSTITUCIONAL.

MAIORIA DOS PROCESSOS ESTÃO INVESTIGADOS E VÃO CONTINUAR ESPALHADOS PELO PAÍS.

A maioria das certidões extraídas do processo «Apito Dourado» está em fase final de investigação e vai continuar nas respectivas comarcas, mas os despachos de acusação ou arquivamento apenas serão proferidos após a avaliação da equipa liderada pela procuradora-geral adjunta, Maria José Morgado. A magistrada do Ministério Público esclareceu que a maioria esmagadora das 81 certidões extraídas, e que estão espalhadas por 34 locais diferentes, «vão continuar a ser investigadas pelos procuradores das respectivas comarcas» cabendo à equipa que Morgado lidera «uma coordenação uniformizadora».

Na prática, o grupo nomeado pelo procurador-geral da República, Pinto Monteiro, deverá coordenar a realização dos despachos finais e verificar se a ilícitos idênticos correspondem o mesmo tipo de crimes. «Ao contrário do que tem sido dito na comunicação social, esta equipa não vai investigar todos os processos. A maioria está em fase final de investigação e vai continuar nas respectivas comarcas», referiu a magistrada, acrescentando que «há excepções, isto é, processos cuja investigação será avocada» pelo grupo que lidera.

A procuradora não quis adiantar quais os processos que a equipa chamou a si, mas admite-se que aqui estejam incluídas as agressões ao vereador Ricardo Bexiga, alegadamente a mando do presidente do FCP, Pinto da Costa, bem como a inquirição da ex-companheira do dirigente portista, Carolina Salgado.

Em relação aos processos já arquivados, pelo menos 14, Maria José Morgado admite que «em teoria» a lei permite a sua reabertura mediante novos elementos de prova, mas acrescenta que a prática «poderá ser mais complicada». Mas nem mesmo a possibilidade de a lei que pune a corrupção no desporto poder vir a ser declarada inconstitucional desanima a procuradora. «Mesmo que o Tribunal Constitucional declarasse a inconstitucionalidade da lei com força obrigatória geral, ainda assim entendo que seria possível punir estes ilícitos através do Código Penal». Isto, sob pena, sublinha, «de os crimes praticados no desporto nunca serem punidos».

Recorde-se que o principal visado na acusação do «Apito Dourado», o ex-presidente do clube de Gondomar, José Luís Oliveira, reclama a inconstitucionalidade da lei que pune a corrupção no desporto. Argumento: irregularidades na lei de autorização legislativa.

Esta mesma argumentação foi invocada pelo antigo presidente da Liga, Valentim Loureiro, para se defender do crime de corrupção desportiva activa por que foi acusado no âmbito de um processo extraído do «Apito Dourado» e que foi recentemente alvo de acusação por parte do Ministério Público da Figueira da Foz. Além disso, os arguidos também têm invocado as irregularidades nas escutas que podem resultar na nulidade deste importante meio de prova nos processos.

Maria José Morgado dá a resposta habitual: «Estou a fazer o meu trabalho. Mas não faço milagres».

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Árbitro Paulo Batista

ÁRBITRO PAULO BAPTISTA ACUSADO DE CORRUPÇÃO PASSIVA.

O árbitro Paulo Baptista é acusado de corrupção passiva e Valentim Loureiro de corrupção desportiva activa pelo Ministério Público da Figueira da Foz. A notícia é avançada pelos jornais Público e Record e Paulo Baptista, contactado pelo Maisfutebol, confirmou que «o processo está a decorrer», evitando mais declarações. Será o primeiro árbitro de primeira categoria indiciado no processo que investiga suspeitas de corrupção no futebol português.

«Já foi requerida a instrução, o processo está a decorrer», afirmou Paulo Baptista ao Maisfutebol, acrescentando não poder prestar mais declarações, por o caso se encontrar em segredo de justiça.A acusação decorre de inquérito aberto a partir de uma das certidões extraídas do Apito Dourado, cujo maior processo está agora em fase de instrução em Gondomar. Tanto Paulo Baptista como Valentim Loureiro requereram a instrução do processo. À semelhança do que acontece no processo de Gondomar, o agora presidente da Assembleia Geral da Liga alegou a inconstitucionalidade da lei da corrupção desportiva e pretende a nulidade das escutas telefónicas.

Este processo surgiu a partir das escutas realizadas no âmbito da investigação policial e remontam a Novembro de 2003. Aprígio Santos, presidente da Naval, ter-se-á queixado das arbitragens da sua equipa a Valentim Loureiro. O então presidente da Liga foi interceptado numa conversa com Paulo Baptista, que iria apitar o jogo seguinte da Naval, frente ao D. Chaves, pedindo-lhe que não prejudicasse a Naval e pedindo também uma lista de observadores «amigos» para lhes «dar um toque».

As suspeitas neste processo relativas a Aprígio Santos e Júlio Mouco, então ligado à Comissão de Arbitragem da Liga, foram arquivadas