A abertura deste espaço, tem como principal razão de ser a denúncia de todos os casos de corrupção, que se têm verificado através da viciação do "SISTEMA" que o Dr. Dias da Cunha, corajosa e persistentemente denunciou. Até aprece que querer que exista VERDADE DESPORTIVA é ... vergonha. Enfim, agora que se sabe que entre outros favores aos árbitos, para além de peças de ouro e sem falar de viagens ao Brasil, há favores sexuais que envolvem vários dirigentes e árbitros internacionais e de meia tigela, e que têm servido de suporte aos bons resultados de alguns, não nos podemos admirar que nos últimos 20 anos os campos estejam inclinados e tenham sido o FCPorto e o sr. Pinto da Costa os maiores beneficiários. A OPERAÇÃO "APITO DOURADO" não sei se será ou não bem sucedida naquilo que TODA A GENTE SABE. No entanto, teve o condão de trazer à luz do dia muitos nomes, poucas vergonhas, batota, mentira, roubo, telemóveis e, MUITA COISA MAIS que andava escondida. Está aberta a caça! Ou estava, a justiça tem destas coisas. E o que é engraçado também no meio de tudo isto, é ver o sr. Luis Filipe Vieira, anafado e literado presidente do Benfica a deitar baba e ranho sobre os telefonemas e a promiscuidade do FCPorto e Pinto da Costa, quando ele próprio andou embrulhado com telefonemas a escolher árbitros. E o Dr. João Rodrigues ... sabem todos quem é. não sabe?
Pelo menos os telefonemas existiram, esses ninguém pode provar que não existiram.
São um facto indesmentível!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Carolina Salgado e o major

NO ÂMBITO DO PROCESSO APITO DOURADO, CAROLINA SALGADO FALA SOBRE VALENTIM LOUREIRO.

Carolina Salgado prestou depoimento esta manhã como testemunha no âmbito do processo "Apito Dourado", que se encontra em fase de instrução no Tribunal de Gondomar. A autora do livro "Eu, Carolina" prestou depoimento no âmbito do processo principal, o único pendente no Tribunal de Gondomar, do qual Valentim Loureiro está acusado por 26 crimes de corrupção activa na forma de cumplicidade.

Na origem da inquirição feita pelo juiz Pedro Miguel Vieira estão as "relações pessoais" entre Pinto da Costa e dois arguidos do processo de Gondomar, Valentim Loureiro e o ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Pinto de Sousa. Esta foi a justificação dada pelo magistrado na notificação enviada aos arguidos do processo."É de esperar que a cidadã Carolina Salgado possua conhecimentos que, expressos através do seu depoimento, possam auxiliar na descoberta da verdade", justificou o juiz no documento enviado às partes.

O magistrado considerou que a inquirição da ex-companheira de Pinto da Costa "atentas as revelações efectuadas no livro por si publicado e a posição que ocupou durante vários anos como companheira/mulher do cidadão Jorge Nuno Pinto da Costa, poderá ser importante para a descoberta da verdade".

Audição de Carolina Salgado

CAROLINA SALGADO OUVIDA SOBRE O "APITO DOURADO"

Ex-companheira de Pinto da Costa apenas falou com o juiz de instrução do processo relativo ao Gondomar Sport Clube. A audição marcada com o Ministério Público foi adiada, uma vez que será Maria José Morgado a tomar conta, agora, de todas as investigações. A ex-companheira de Jorge Nuno Pinto da Costa deslocou-se esta segunda-feira ao Tribunal de Gondomar após ter sido chamada pelo juiz de instrução responsável pelo processo do Gondomar Sport Clube, o único que não ficou sob a alçada da equipa liderada por Maria José Morgado, dado encontrar-se já na fase instrutória.

A procuradora-geral adjunta limitou-se a confirmar que a diligência pedida pelo Ministério Público de Gondomar [e que inicialmente tinha motivado a notificação a Carolina] para esta manhã, ficou sem efeito, já que todas as certidões extraídas do processo passaram, agora, para a alçada da equipa que liderada por Maria José Morgado.

Não obstante, a ex-mulher de Pinto da Costa terá sido ouvida pelo juiz que conduz a instrução [fase destinada a apreciar a decisão de levar o processo a julgamento] do caso relativo ao Gondomar Sport Clube, e no âmbito do qual Valentim Loureiro está acusado por 26 crimes de corrupção activa na forma de cumplicidade.

Ouvido pelos jornalistas, o juiz não quis, no entanto, confirmar ou desmentir a audição de Carolina, referindo que as partes processuais (arguidos e MP) terão de ser notificadas.

Desconhece-se o teor das declarações prestadas pela ex-companheira do presidente do FCP, sendo certo que as suas declarações terão de ser notificadas às partes. Carolina entrou no Tribunal de Gondomar, pouco passava das dez da manhã, acompanhada pelo seu advogado, José Dantas onde permaneceu cerca de uma hora e meia.

Chegou ao volante do seu carro, mas acabou por estacionar a viatura no posto da PSP, a escassos metros do local, tendo depois entrado num carro da polícia que a transportou até ao tribunal.
O silêncio imperou à entrada e à saída. Nem Carolina, nem o seu advogado quiseram prestar quaisquer esclarecimentos. À porta do tribunal pouco mais de meia dúzia de populares assistiam ao espectáculo, alternando entre a condenação e o apoio ao comportamento da ex-companheira do presidente portista.

sábado, 16 de dezembro de 2006

A promiscuidade da política com o futebol!

RICARDO BEXIGA FOI OUVIDO NO DIAP E ENTREGOU O LIVRO DA CAROLINA SALGADO.

O APITO DOURADO REVELA PROMISCUIDADE ENTRE A POLÍTICA E O FUTEBOL.

O ex-vereador socialista de Gondomar, Ricardo Bexiga, foi ouvido esta tarde no Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto (DIAP), onde entregou o livro de Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa.À saída do DIAP, por volta das 15:30, o antigo vereador de Gondomar disse que entregou o biografia «Eu, Carolina» em que a ex-companheira do presidente do Futebol Clube do Porto admite ter recebido 10 mil euros de Pinto da Costa para entregar aos dois homens incumbidos de «eliminarem» o socialista.

A antiga mulher do dirigente desportivo assumiu-se como intermediária do negócio, tendo contratado os autores materiais da agressão.«Portugal não pode ser uma América Latina», referiu o ex-autarca, à saída do DIAP. Momentos antes, à entrada, tinha feito um apelo ao Procurador Geral da República e ao ministro da Justiça «no sentido de darem todas as condições para que os órgãos de investigação criminal funcionem em Portugal e possam esclarecer estes factos gravíssimos aqui relatados».

De acordo com o actual deputado do PS, o livro «demonstra que o processo Apito Dourado não tem só a ver com corrupção desportiva». «Tem a ver também com a promiscuidade, extremamente grave, entre a política e o desporto». Ricardo Bexiga, que chegou a prestar informações à Justiça no âmbito do processo Apito Dourado, foi agredido por dois indivíduos encapuzados, em Janeiro de 2005.As agressões aconteceram por volta das 19h30 desse dia, quando o advogado saía do seu escritório, no Porto, e se dirigia para a viatura, estacionada na Alfândega.

Os agressores atacaram-no com uma trave de madeira, entre dois carros estacionados no parque. Bexiga ainda conseguiu dar uso aos conhecimentos de defesa pessoal, mas que não chegaram para evitar um corte na cabeça, tratado com 17 pontos, e várias outras contusões, pelas quais foi assistido no Hospital de Santo António.

Carolina Salgado já apresentou pessoalmente desculpas a Ricardo Bexiga pelo seu envolvimento. À entrada do DIAP o ex-vereador respondeu aos jornalistas: «Aceitei as desculpas». Acrescentou ainda que a ex-companheira de Pinto da Costa é «corajosa».

Volvidos quase dois anos sobre as agressões, Ricardo Bexiga admite que ainda não se sente totalmente seguro e que esta manhã questionou as condições de segurança de quem se propõe apoiar a justiça.«O que está em causa neste e noutros processos graves em Portugal é a separação entre a servidão e a liberdade. Temos condições para ter intervenção cívica em Portugal?», questionou.

Quem? O dr. Mórtágua? NUNCA!

APITO DOURADO: O JUIZ ANTÓNIO MORTÁGUA AFIRMA QUE PINTO DA COSTA NUNCA ENTROU EM SUA CASA.

JUIZ DESMENTE QUE TENHA AJUDADO O PRESIDENTE DO FCP A ESCAPAR À POLÍCIA JUDICIÁRIA.

O juiz António Mortágua desmentiu esta sexta-feira ter permitido que o presidente do FC Porto utilizasse uma residência sua no Minho, quando era procurado pelas autoridades no âmbito do caso Apito Dourado, como refere o livro de Carolina Salgado. "Nunca me disponibilizei para uma coisa dessas. Não tenho nenhuma residência, directa ou indirecta, em Vila Nova Cerveira. Todos sabem que vivo em Santa Maria da Feira. Só tenho uma pequena residência de férias em Furadouro, que é a 10 quilómetros", avançou António Mortágua, em declarações à Rádio Renascença, confrontado com uma passagem do livro «Eu, Carolina», publicado recentemente pela ex-companheira de Pinto da Costa, escreve a Lusa.

Como tal, de acordo com o também presidente do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Pinto da Costa não poderia ter pernoitado na sua casa do Minho, uma vez que não a possui.

Não desmentindo o facto de ser amigo do presidente dos «dragões» e, considerando até que as pessoas podem pensar ser um «facto insólito», António Mortágua sublinhou que Pinto da Costa nunca entrou na sua casa.«Não se trata de uma questão de amizade. Pinto da Costa nunca pernoitou ou entrou na minha casa, apesar de ser uma pessoa que considero muito. Se calhar é insólito, mas nunca entrou», afirmou.

O juiz-conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça mostrou-se incomodado com a referência à sua pessoa no livro de Carolina Salgado, mas acredita que a mesma não teve intenção de o prejudicar ao fazê-lo.

«Penso que por parte de quem escreveu não tinha vontade de me prejudicar. Se houver desenvolvimentos, terei de agir em conformidade. Mas pela minha parte as coisas estão esclarecidas», adiantou.

Em vésperas do início da instrução do processo «Apito Dourado», Carolina Salgado publicou um livro em que denuncia alegadas situações de corrupção desportiva, evasão fiscal, violação do segredo de justiça, agressões, perjúrio e fuga à justiça.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Os contornos mafiosos

O CASO TEM CONTORNOS "MAFIOSOS", AFIRMOU O EX-VEREADOR SOCIALISTA DE GONDOMAR, RICARDO BEXIGA
O ex-vereador socialista de Gondomar, Ricardo Bexiga, alvo de agressões alegadamente por causa do processo «Apito Dourado» considerou-se hoje «cabalmente» satisfeito pela nomeação de Maria José Morgado para dirigir as investigações deste caso que disse ter contornos «mafiosos».
A nomeação de Maria José Morgado para liderar as investigações do processo Apito Dourado «responde cabalmente ao apelo que fiz segunda-feira ao senhor procurador e ao ministro da Justiça», disse à Lusa. Após entregar no DIAP do Porto um exemplar do livro de Carolina Salgado - que revela detalhes sobre a agressão de que foi vítima em 2005 - Bexiga pediu ao Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, e ao ministro da Justiça, Alberto Costa, «todas as condições para que os órgãos de investigação criminal funcionem em Portugal e possam esclarecer os factos gravíssimos» relatados.
Três dias depois, Pinto Monteiro escolheu a procuradora-geral adjunta Maria José Morgado para dirigir a equipa do Ministério Público para todos os inquéritos já instaurados ou a instaurar conexos com o processo Apito Dourado, sobre corrupção no futebol.Já hoje, o ministro da Justiça foi inquirido sobre a necessidade de mais meios para prosseguir com esta investigação, tendo garantiu total colaboração com o Ministério Público (MP). Ricardo Bexiga, que segunda-feira se escusara a comentar o livro de Carolina Salgado, relevou agora o contributo da ex-companheira de Pinto da Costa para uma «reviravolta» no processo «Apito Dourado».
«O que está descrito no livro, configura uma situação com contornos mafiosos. E o que vivi também», acrescentou o ex-autarca.
BASTONÁRIO SATISFEITO
O Bastonário da Ordem dos Advogados considerou «positiva» a criação de uma equipa para coordenar a investigação do processo «Apito Dourado», escreve a Lusa.Rogério Alves escusou-se, no entanto, a comentar a nomeação, em concreto, de Maria José Morgado para dirigir a equipa do MP responsável por todos os inquéritos já instaurados ou a instaurar.
«A distribuição, pela Procuradoria-Geral da República, de magistrados para funções específicas em determinadas áreas é positiva», afirmou o bastonário quando lhe foi pedido que comentasse a nomeação de Maria José Morgado para coordenar a investigação do processo «Apito Dourado».Rogério Alves falava aos jornalistas, em Braga, na Universidade do Minho, à margem da 3ª conferência sobre «A revisão do Código de Processo Penal: que processo penal para o futuro em plena sociedade da globalização».
Questionado sobre declarações do ministro da Justiça, Alberto Costa, que hoje manifestou abertura para reforçar os meios operacionais para o combate à corrupção e à criminalidade em geral, Rogério Alves sustentou que «tal será bom se incidir em meios técnicos».
«É sabido que o Ministério Público se debate com falta de técnicos e peritos, em diversas áreas, nomeadamente as ligadas à investigação da criminalidade económica e financeira», disse Rogério Alves, frisando que tal deficiência atrasa os inquéritos.
«Embora as declarações do ministro sejam positivas, é preciso esperar para ver a sua fisionomia e o seu alcance prático», acrescentou o bastonário.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Nomeação de Maria José Morgado

Maria José Morgado dirige todos os processos e inquéritos para promover "coordenação eficaz"
A procuradora geral adjunta Maria José Morgado foi hoje nomeada para dirigir e coordenar todos os processos relativos ao caso " Apito Dourado", informou a Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com uma nota lida em conferência de imprensa, esta nomeação tem como objectivo "uma coordenação eficaz no sentido de imprimir a dinâmica e rigor necessários à descoberta da verdade material".
De acordo com a PGR, Maria José Morgado foi escolhida para dirigir a equipa do Ministério Público para todos os inquéritos "já instaurados ou a instaurar conexos com o processo Apito Dourado", sobre corrupção no futebol. Segundo a PGR, a ideia de concentrar a investigação numa única equipa já estava a ser ponderada há algum tempo.
Sublinha ainda que o processo conhecido por Apito Dourado "engloba situações, factos e eventuais ilícitos muito diversificados e de grande complexidade processual, que terão ocorrido em várias comarcas" e que "essa dispersão territorial torna difícil a análise, enquadramento e obtenção de resultados no que toca à investigação", motivos que justificaram a concentração dos inquéritos numa única equipa.
A PGR explicou que o procurador Carlos Teixeira, do Tribunal de Gondomar, continuará a exercer as funções actuais no processo principal "Apito Dourado", uma vez que este já está em fase de instrução naquele tribunal.
A Procuradoria lembra ainda que não foi o livro de Carolina Salgado (ex-companheira do presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa) lançado na passada semana que condicionou esta decisão, mas admite que a apressou. A procuradora Maria José Morgado assumiu entre 2000 e Agosto de 2002 a chefia da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da Polícia Judiciária.
Actualmente, Maria José Morgado é procuradora geral adjunta no Tribunal da Relação de Lisboa.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

O "Apito" continua dourado

Questionada pela revista se Pinto da Costa ainda vai continuar muito tempo à frente do FC Porto, Carolina Salgado responde que "sim"."Quando ele sair do clube vai acontecer-lhe o mesmo que a Vale e Azevedo. Vai preso.
Aí é que ele vai ver os poucos amigos que tem. Está rodeado de bajuladores e oportunistas", declara.
Na entrevista, Carolina Salgado afirma que muitos dirigentes devem estar contentes com a sua separação e diz ainda que não escreveu o livro "Eu, Carolina" por vingança, como muitos especulam. A ex-companheira do presidente do FC Porto refere que deseja após esta publicação "encerrar um capítulo e voltar ao anonimato".
No livro, Carolina Salgado denuncia alegadas situações de corrupção desportiva, evasão fiscal, violação do segredo de justiça, agressões, perjúrio e fuga à justiça, que envolvem Pinto da Costa, arguido no processo do Apito Dourado.
A revelação mais surpreendente é a de ter contratado duas pessoas, a mando do presidente do FC Porto, para agredir Ricardo Bexiga, então vereador da câmara de Gondomar, cujas denúncias deram origem à investigação do Apito Dourado. De acordo com a imprensa, a colaboração de Carolina Salgado com a justiça pode "ajudar a reabrir várias certidões
A rapariga é mais ingénua do que eu pensava!
Pinto da Costa preso?! Em Portugal?! Não acredito.
Se fosse em Italia já estava há muito preso e o fcp na 2ª ou 3ª liga, agora em Portugal?!!!
Ela é que vai parar à prisão de certeza. Mas julgo que este livro foi a salvação da Senhora, porque se não o tivesse escrito não estaria tão protegida contra atropelamentos, doenças súbitas, quedas de escadas ou do 12º andar, etc etc etc.
Perceberam não perceberam?

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Pinto da Costa inquirido.

O INTERROGATÓRIO DE PINTO DA COSTA

O Sportugal teve acesso à inquirição de Pinto da Costa no âmbito das acusações de que foi alvo no conhecido processo Apito Dourado. O presidente do FC Porto foi acusado dos crimes de corrupção activa, falsificação de documentos, tráfico de influência activa e crimes de abuso de poder, entre outros.Até hoje, as evidências reunidas contra o líder portista não produziram efeitos práticos e alguns dos processos instaurados já chegaram mesmo a prescrever, muito embora algo possa mudar com a publicação do livro da sua ex-companheira, Carolina Salgado. Ainda assim, a anulação da acção está em cima da mesa se for avante a inconstitucionalidade de algumas questões processuais alegadas pela defesa dos acusados...
No entanto, o nosso jornal dá-lhe a conhecer as respostas de Pinto da Costa quando foi ouvido, no dia 7 de Dezembro de 2004, dia em que o FC Porto derrotou o Chelsea de José Mourinho. Desde as ligações a Valentim Loureiro, as conversas com árbitros, a amizade com Pinto de Sousa ou a camisola rasgada por José Mourinho, tudo está aqui relatado na primeira pessoa pelo homem que muitos dizem dominar o futebol portuguêsO presidente portista disse à juíza que só auferia 400 euros mensais, que não queria Maniche no FC Porto e que acreditava mais em Fernando Santos do que em José Mourinho. Estas são apenas algumas das declarações do presidente do FC Porto, quando foi ouvido pelo Tribunal Judicial da Comarca de Gondomar.Para melhor compreender as acusações feitas a Pinto da Costa pelo Ministério Público, pode lê-las no artigo relacionado.
I. SUPERLIGA 2003/2004
JOGO NACIONAL -BENFICA (22.02.04) RESULTADO 3-2
Pinto da Costa afirma desconhecer o que se terá passado entre o presidente do Nacional e António Araújo relativamente ao jogo entre a equipa da Madeira e o Benfica. O líder portista considera "normal" que Rui Alves lhe tenha ligado a dizer "dei uma ajuda". Pinto da Costa diz ser, de facto, "uma ajuda preciosa, pois afasta os adversários do FC Porto na conquista do título". O presidente dos dragões afirma "peremptoriamente que, com o seu conhecimento, nunca foram dadas prendas ou dinheiro a árbitros da parte do FC Porto".Sobre António Araújo, Pinto da Costa revela que o empresário tratava com Rui Alves, líder dos insulares, da situação do Nacional, e quando falava no prestar de "um serviço muito importante ao FC Porto", diz que se está a referir às transferências dos jogadores Rossato e Paulo Assunção, em Agosto de 2004. Na altura falava-se que Adriano, do Nacional, podia sair para o FC Porto, mas o negócio não se chegou a concretizar. Relativamente a Rossato e Paulo Assunção, o líder portista afirma que Del Neri, o treinador italiano ao serviço do FC Porto na altura, é que mandou os jogadores embora. Pinto da Costa considera "que eram boas aquisições para o clube", tendo-lhes até dado indicações de que "iriam interessar no futuro, ou seja, na época seguinte".
O dirigente azul e branco nega ter conhecimento da ida do árbitro Augusto Duarte ao jogo entre o FC Porto e o Manchester United, até porque o clube nunca convida nenhum árbitro. Pinto da Costa afirma que António Araújo "tinha na altura 6 ou 8 lugares na Zona VIP do estádio para levar quem ele quisesse".

JOGO BEIRA MAR-PORTO (18.04.04) RESULTADO 0-0

Quanto à visita de Augusto Duarte a sua casa, Pinto da Costa refere que foi António Araújo quem lhe apareceu lá com o árbitro, e que a visita até foi inconveniente pois tinha a sua esposa (então, Carolina Salgado) doente. O presidente portista afirma que conhece Augusto Duarte desde o início da carreira deste e que conhece também o seu pai, um ex-árbitro. Pinto da Costa alega que "nunca antes tinha privado com ele, para além dos contactos normais no âmbito dos jogos".Relativamente ao jogo Beira-Mar-FC Porto, diz que os dragões não tinham qualquer interesse "em pedir favorecimentos a um árbitro, muito menos num jogo com o último classificado, até porque a equipa jogou em grande parte com as reservas, com vista a poupar os jogadores para o jogo que se avizinhava, a meia-final da Champions League".
Questionado por que não recusou a visita de Augusto Duarte ao seu domicílio, Pinto da Costa esclarece que não pretendia "hostilizar o sr. Árbitro e por outro o sr. Araújo tinha sido muito solícito na resolução de um problema" que teve, relacionado com a construção da sua casa. O dirigente azul e branco diz desconhecer o que Araújo disse a Augusto Duarte sobre essa visita e refere que a conversa com o árbitro - não versou em qualquer momento o jogo que dois dias depois Augusto Duarte iria arbitrar-, tendo revelado que "poucas pessoas do futebol" vão a sua casa.
II TAÇA DE PORTUGAL ÉPOCA DE 2002/2003)FINAL DA TAÇA FRENTE À UNIÃO DE LEIRIA
No que diz respeito à final da Taça de Portugal de 2003, o presidente do FC Porto diz estar convencido que Pinto de Sousa ouvia sempre as duas partes, relativamente à escolha do árbitro. "Não há nenhuma regra para ser o 1.º classificado a apitar o jogo da Taça", afirma Pinto da Costa, que adianta ainda que Isidoro Rodrigues, que foi dos últimos classificados, "não foi escolhido porque ele próprio [Isidoro Rodrigues] recusou o convite".
Em relação a Pedro Henriques, o presidente dos dragões revela não ser um árbitro "que lhe interessa particularmente", pois o lisboeta tinha o "defeito de deixar jogar levando a que os jogadores acabem com lesões". "É um árbitro insuspeito e que não sofre normalmente contestações", complementou... Confrontado com o facto de não haver registos telefónicos efectuados por Pinto de Sousa com outras pessoas em relação à escolha de árbitros, diz que isso é normal pois Pinto de Sousa deslocava-se a Lisboa com muita frequência e por isso faria os contactos pessoalmente com os dirigentes. O presidente dos actuais campeões nacionais sublinhou que é amigo de Pinto de Sousa há mais de 50 anos e tem com ele uma amizade que classifica de "irmão".
"Por isso quando lhe indicava algum árbitro, era com a preocupação de o defender", considerou. No jogo com a União de Leiria, teve a preocupação que João Bartolomeu "não ficasse descontente", pois era a primeira vez que este clube estava na final da Taça de Portugal. Desconhece se houve alguma alteração das classificações para colocar propositadamente Pedro Henriques na 3.ª posição. Mas adianta que nunca teve nenhum contacto com o árbitro lisboeta e está convencido que Pinto de Sousa falou com João Bartolomeu, e que "aquele árbitro era de mútuo consenso entre si e aquele dirigente".

JOGO PORTO- MAIA (17.12.03)

Pinto da Costa defende-se dizendo que quando referiu a Pinto de Sousa "está bem, ajuda", sobre o árbitro assistente Paulo Januário, disse-o no sentido de ajudar o árbitro principal a apitar bem. O líder dos dragões afirma que a arbitragem de Nuno Almeida no FC Porto-Maia prejudicou a equipa da casa, pois McCarthy foi expulso "injustamente como ficou provado nas imagens do jogo".
III SUPERTAÇA - ÉPOCA 2002/2003
FINAL DA SUPERTAÇA UNIÃO DE LEIRIA-PORTO (12.08.03)
RESULTADO 0-1
Quanto ao jogo da Supertaça entre a União de Leiria e o FC Porto, Pinto da Costa diz que não apoiou a nomeação de Pedro Proença, pois não gosta do árbitro, que, no seu entender, "os prejudicou", sendo conhecido da opinião pública o "enorme contencioso que tem com o FC Porto".
Existe até um pedido na Liga para que não apite jogos dos dragões, esclarece.
IV CASO "DECO"
Relativamente ao "Caso Deco", Pinto da Costa começa por dizer que o FC Porto não apoiou Valentim Loureiro, nomeadamente por estarem em desacordo "com o sistema dos observadores", que é fonte de "injustiças nas classificações dos árbitros". Sobre a partida em que se deu a situação com Deco, diz ter assistido ao jogo e afirma que o jogador não atirou propositadamente a bota ao árbitro [expulso num Boavista-FC Porto].
Questionado, o presidente do FC Porto diz saber que Valentim Loureiro privava com o juiz desembargador Gomes da Silva, na altura presidente da Comissão Disciplinar da Liga, e revelou que não estava preocupado com o relatório do árbitro, já que este "não poderia dizer o que não aconteceu, isto é, que tivesse sido agredido violentamente [por Deco]".
V CASO DISCIPLINAR PINTO DA COSTA - CASO MANICHE
(Maniche saiu a custo zero do Benfica para o FC Porto, devido ao seu contrato ter terminado em Julho de 2003. O Benfica queixou-se à Liga de que os dragões teriam aliciado Maniche mais de 6 meses antes do final do vínculo que o ligava aos encarnados, o que a lei proíbe).
No processo contra si, Pinto da Costa diz que é normal o desfecho que teve, pois não havia qualquer fundamento. Por isso, o juiz desembargador disse de antemão que "sabia que seria assim", defende-se.
Em Março de 2003 surge a possibilidade do FC Porto contratar Maniche. Dado que o contrato do jogador com o Benfica terminava em Julho desse ano, "estavam reunidas as condições legais para o FC Porto acertar negociações". O dirigente acrescenta que quanto a Maniche, foi José Mourinho quem o quis ter no FCP, contra a sua vontade e da administração da SAD...
Afirma peremptoriamente que a assinatura no documento só pode ter sido falsificada, pois não a reconhece como sua, nem sequer tem ideia de como foi lá posta.
"No alegado contrato, nem o FC Porto nem o declarante eram partes, até porque o destino do jogador, traçado entre o seu empresário, Paulo Barbosa, e Maniche seria a equipa do Bordéus", esclarece.
No caso do relógio, diz que o ofereceu a Valentim Loureiro porque ainda não lhe tinha dado prenda de aniversário e afirma que se quisesse agradecer um favor, teria oferecido um relógio mais valioso, e não um a imitar ouro. O relógio oferecido tinha um valor de 150 euros, segundo o presidente portista. Processo extinto por prescrição.
VI CASO DO PROCESSO DISCIPLINAR A JOSÉ MOURINHO/JOGO SPORTING-PORTO
No "caso Mourinho", Pinto da Costa afirma que perguntou a Fernando Santos se tinha visto [José Mourinho a rasgar a camisola de Rui Jorge] e este respondeu que não, e que tinha sido um tal de Paulinho [roupeiro do Sporting] que lhe tinha contado. Pinto da Costa diz sobre Paulinho que tem "a impressão de padecer de algum problema mental".
Na altura teve a curiosidade de tentar rasgar a camisola à mão e verificou que isso "era impossível". Além disso, "José Mourinho disse que não a rasgou", conta.
O presidente do FC Porto acreditou nele, "o que se calhar hoje poderia acontecer de forma diferente", mas diz que se Fernando Santos dissesse que tinha visto, acreditaria seguramente nele porque já o conhece. Pinto da Costa não se lembra de nenhuma reunião com Adelino Caldeira e Valentim Loureiro e o juiz desembargador Gomes da Silva.
De referir que a pena aplicada a José Mourinho foi revogada pelo Conselho de Justiça da FPF. A terminar, foi pedido a Pinto da Costa para explicar a sua relação com as seguintes pessoas: António Mortágua, juiz presidente do Conselho de Justiça da FPF - "relação cordial e contacto desportivo".
Refira-se que Carolina Salgado disse na sua autobiografia que o referido magistrado tinha aceite receber Pinto da Costa na sua casa quando o líder do FC Porto era esperado no Porto para ser ouvido pela Polícia Judiciária.
António Araújo, empresário - "o FC Porto tem interesse em trabalhar com ele, pois é o mais bem relacionado no Brasil". Conhece-o "há quatro ou seis anos".
Joaquim Ribeiro - "É amigo há 15 anos". Tratam-se por "você".
Só trata por "tu" Luís Guilherme.
Pinto da Costa afirma ainda que vive do rendimento mensal de 400 euros, devido à sua participação de 10 mil euros na SAD portista.
Afiança que não tem outros rendimentos e paga 1000 euros mensais de renda da casa.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Carolina Salgado: a sombra de Pinto da Costa

A porcaria não pára ... cheira mal!

PINTO DA COSTA FOI PARA CASA DE JUÍZA, NÃO PARA A CORUNHA
Pinto da Costa foi para casa de uma juíza, nos arredores do Porto, quando soube que tinha um mandado de detenção para responder no Tribunal de Gondomar sobre o processo Apito Dourado, no feriado de 1 de Dezembro de 2004.
Foi a Polícia Judiciária do Porto que detectou as movimentações do presidente do FC Porto " que, afinal, nunca teria ido à Corunha (Espanha), ao contrário do que então afirmou. Ao preparar na véspera das cinco buscas - da segunda fase do Apito Dourado - a Polícia Judiciária do Porto sabia que ele não tinha saído do País.
Este episódio não foi contado por Carolina Salgado no livro "Eu, Carolina", pois a ex-companheira ou não soube ou não quis revelar o paradeiro do presidente do FC Porto. Carolina Salgado acabou por ficar na Casa da Madalena, em Vila Nova de Gaia, enquanto Pinto da Costa passou a noite em casa de uma juíza das suas relações pessoais. Na vivenda da magistrada estavam outras pessoas da sua família quando aquela recebeu o presidente do FC Porto, sabendo-se já que seria procurado pela Justiça.
Apesar destes pormenores serem do conhecimento de vários responsáveis da PJ, nunca foi formalizado um inquérito às circunstâncias da fuga de informação, de dentro da Directoria do Porto da PJ, que permitiram a Pinto da Costa ser o único investigado que não foi surpreendido pela operação policial.A fuga, é agora confirmada no livro de Carolina Salgado, cuja primeira edição esgotou em três dias.
Jorge Nuno Pinto da Costa ficou aterrorizado ao saber que seria detido no dia seguinte, de manhã, temendo a eventual permanência nos calabouços da PJ do Porto, como sucedera com Valentim Loureiro, Pinto de Sousa, José Luís Oliveira, Joaquim Castro Neves e 12 árbitros de futebol, aquando da primeira fase da operação Apito Dourado, a 20 de Abril de 2004.
SUBDIRECTOR DA PJ TRAÍDO
O subdirector da Polícia Judiciária do Porto que supervisionava as investigações do processo Apito Dourado, Reis Martins, pagou caro por não ter travado o trabalho da brigada que tratava do caso durante as averiguações a Pinto da Costa. O dirigente da PJ teve a vida privada e profissional devassada, a ponto de ficar sem condições para se manter no cargo, antecipando por isso a sua aposentação.
Ao longo de meio ano, entre a primeira e a segunda fases do caso Apito Dourado, pessoas próximas do presidente do FC do Porto acreditavam que Reis Martins teria a incumbência de abafar o processo da corrupção no futebol, quando o então director nacional da PJ, juiz Adelino Salvado, o incumbiu de coadjuvar naquele processo o novo director da PJ do Porto, Ataíde das Neves.
Reis Martins deu todo o apoio à equipa que investigava o caso. Foi ele quem concordou com as buscas a casa de Pinto da Costa. As investigações incluíram duas buscas à Câmara de Gondomar, presidida por Valentim Loureiro. Avelino Ferreira Torres, que era presidente da Câmara do Marco de Canaveses, também viu a sua imagem manchada pelas buscas.
O facto de Reis Martins ser vizinho do vice-presidente portista Reinaldo Teles serviu para tentar ligá-lo a fugas de informação - agora confirmadas por Carolina Salgado - para avisar Pinto da Costa das buscas.
Hoje sabe-se que teria sido um outro dirigente da PJ a fazê-lo, tendo Reis Martins sido traído por aqueles em quem confiava.

PERFIL
José Jorge de Almeida Reis Martins, natural do Porto, licenciou-se em Direito enquanto era agente da PJ. No Porto, dirigiu a Investigação do Tráfico a Estupefacientes, a Brigada de Homicídios e outras áreas. Foi director de Investigação Criminal nos Açores e na Madeira. Principal responsável pelas investigações a Fátima Felgueiras, foi de seguida adjunto do Director Nacional da PJ Adelino Salvado

Ricardo Bexiga foi ouvido no DIAP

REVELAÇÕES DE CAROLINA SALGADO EM CAUSA.

O ex-vereador socialista da Câmara de Gondomar, Ricardo Bexiga, afirmou hoje que a agressão que sofreu em 2005 demonstra as "dificuldades" que sentem os que fazem intervenção cívica e evidencia a "grave promiscuidade" entre desporto e política.
Na sequência das queixas contra desconhecidos, que apresentou aquando da agressão, Ricardo Bexiga foi hoje ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto juntar ao processo um exemplar do livro "Eu, Carolina", de Carolina Salgado, que revela detalhes sobre a ocorrência.No livro, a autora revela que a agressão sofrida por Bexiga, em 25 de Janeiro de 2005, foi perpetrada a mando do presidente do FC Porto e pela qual ela [Carolina] teria pago aos agressores.
Ricardo Bexiga foi agredido por dois indivíduos encapuzados quando saia do seu escritório.
Segundo o actual deputado do PS, o que vem escrito no livro da ex-companheira de Pinto da Costa "demonstra que o processo Apito Dourado não tem só a ver com corrupção desportiva".
"Tem a ver também com a promiscuidade, extremamente grave, entre a política e o desporto", frisou Ricardo Bexiga, que falava aos jornalistas, antes de entrar nas instalações do DIAP, na Rua da Constituição, no Porto.Ricardo Bexiga, que já anteriormente tinha sido ouvido na Polícia Judiciária no âmbito do processo Apito Dourado, revelou que Carolina Salgado o procurou há dois meses, contando-lhe que ia publicar um livro onde relatava a agressão e confessava a sua intervenção no caso.
"Pediu-me desculpa, eu aceitei e, a partir daí, nunca mais falei com ela", contou Bexiga, que classificou Carolina Salgado como uma mulher "corajosa".O parlamentar e advogado garantiu que acordou hoje com dúvidas sobre se poderia deslocar-se ao DIAP "em segurança".
"O que está em causa neste processo e noutros processos graves em Portugal é a separação entre a servidão e a liberdade. Temos condições para ter intervenção cívica em Portugal?", questionou.
Nas suas declarações, Ricardo Bexiga fez ainda um apelo ao Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, e ao ministro da Justiça, Alberto Costa, "no sentido de darem todas as condições para que os órgãos de investigação criminal funcionem em Portugal e possam esclarecer os factos gravíssimos" relatados no livro de Carolina Salgado.
"Vou acreditar no funcionamento da justiça. Sou advogado", disse Bexiga

domingo, 10 de dezembro de 2006

Carolina Salgado: a entrevista na SIC

Silêncio de ouro?

PINTO DA COSTA EM SILÊNCIO
Pinto da Costa recusa comentar as revelações da sua antiga companheira, designadamente as agressões ao ex-deputado do PS e vereador da Câmara de Gondomar Ricardo Bexiga.
No livro agora publicado, Carolina Salgado confirma algumas das notícias já conhecidas, segundo as quais Pinto da Costa foi avisado com antecedência de que seria detido e alvo de busca domiciliária, em Vila Nova de Gaia. A ex-companheira do presidente do FC Porto confirma que a informação confidencial foi obtida do interior da Polícia Judiciária do Porto e quem terá dito tudo a Pinto da Costa foi o advogado Lourenço Pinto, na presença dos irmãos Reinaldo Teles e Joaquim Pinheiro, dirigentes do FCP. Pinto da Costa foi o único arguido do caso Apito Dourado que não foi apanhado desprevenido.
DEZ ANOS DE CADEIA
Pinto da Costa arrisca uma pena de prisão efectiva até dez anos caso se prove ter sido ele quem mandou agredir o antigo deputado do PS e vereador em Gondomar Ricardo Bexiga. Mas se o Ministério Público qualificar as agressões como tentativa de homicídio na forma qualificada, as penas podem subir de 12 para 25 anos de prisão, por se verificar uma especial censurabilidade de atentar contra um membro de um órgão de autarquia local, além de ser testemunha, que estava a colaborar com as autoridades judiciárias e advogado de profissão.
MAGISTRADOS PROTEGIDOS
Os vários magistrados do caso Apito Dourado chegaram a ter protecção policial na sequência de suspeitas de vigilâncias, mas neste momento nenhum tem escolta do Corpo de Segurança Pessoal da PSP. O procurador Carlos Teixeira bem como a juíza de instrução Ana Cláudia Nogueira estiveram sob protecção da PSP. Um outro jurista igualmente protegido foi Ricardo Bexiga, então principal vereador no PS na Câmara de Gondomar, presidida por Valentim Loureiro. Os magistrados têm direito a uso e porte de arma, de calibre de guerra.
REACÇÕES
"GOVERNO DEVE PRONUNCIAR-SE" (João Palma, Ministério Público)
"Este caso enquadra-se no ambiente de descredibilização das entidades judiciárias fomentado pelo poder político, com excepção do Presidente da República. Mas estas pressões superam tudo o que é admissível num regime democrático. Era bom que o Governo e a Assembleia da República se pronunciassem sobre isto para nós também sabermos com o que é que podemos contar."
"Haja o que houver em qualquer processo os funcionários de investigação criminal da Polícia Judiciária não são susceptíveis a qualquer tipo de pressão. Posso dizer, no entanto, que há sempre acções que se fazem nesse sentido. Contudo, como referi, os profissionais da PJ não se deixam atemorizar. E se sentirmos que nos andam a controlar, a nossa ânsia investigatória aumenta sempre."
"ACTUAÇÃO GRAVÍSSIMA" (António Martins, Ass. Juízes)
"Este tipo de actuação é gravíssima e deve levar a uma investigação exaustiva. Este caso demonstra que a independência dos juízes não é um conceito abstracto. Procuraram telhados de vidro, mas não foram encontrados. Os cidadãos portugueses podem estar descansados com os seus magistrados, mas é preciso que a comunidade exija que os juízes continuem a ter um estatuto que lhes permita isenção."
"FUI PERSEGUIDO" (Carlos Teixeira)
Carlos Teixeira, procurador, chegou a ter protecção policial durante o período (Abril de 2004) em que foram detidos vários arguidos do processo Apito Dourado.
Durante a fase de investigação do processo Apito Dourado foi alvo de algum tipo de perseguição?
- Carlos Teixeira: "Em 2004 fui perseguido duas vezes. Perseguições de automóvel. Foram ambas nas ruas de Gondomar, onde resido. Reportei essa situação à minha hierarquia [o actual procurador-geral distrital do Porto, Pinto Nogueira].
Teve protecção policial?
- Sim, durante pouco mais de uma semana, em Abril de 2004 [altura em que foram detidos vários arguidos do processo Apito Dourado, caso de Valentim Loureiro]. Depois considerei que não valia a pena. Não dei qualquer importância a essa situação.
As perseguições de que falou aconteceram antes ou depois de ter dispensado a protecção policial?
- Algum tempo depois.
Reconheceu a pessoa que o perseguiu?
- Na segunda vez que fui perseguido, reconheci-a perfeitamente.
É arguido no processo Apito Dourado?
- Não posso falar sobre isso. Digo, apenas, que reconheci o indivíduo, apesar de ele ter tentado esconder a cara com o braço quando parei o meu carro ao lado do dele.
Chegou a falar com esse indivíduo?
- Não. Encostei o carro ao lado do dele para ver se ele me enfrentava. E olhei para ele. O indivíduo tentou esconder a cara com o braço. Depois fui-me embora e ele veio atrás de mim.
Alguma vez sentiu que teve a integridade física em risco?
- Não.
A sua família também chegou a ser importunada?
- Que eu saiba, não.
Conhece outras pessoas - juízes, magistrados do Ministério Público ou inspectores da PJ - que intervieram no processo Apito Dourado que tenham sido perseguidas?
- Sei que aconteceram algumas coisas a outras pessoas, mas não vou dizer o que sucedeu nem quem são.
Chegou a ter medo?
- Não. Nunca deixei de fazer o que tinha de ser feito.
PERFIL
Carlos José do Nascimento Teixeira nasceu em Vinhais (Bragança), no dia 15 de Março de 1965. Divorciado, dois filhos, tirou o curso de Direito na Universidade de Coimbra e é adepto do Rebordelo (equipa que milita da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Bragança). Além de procurador no Tribunal de Gondomar, desde 1997, é formador no Centro de Estudos Judiciários.

Carolina "em directo"

"Jorge Nuno e o major controlam tudo e até a Polícia Judiciária do Porto"
Decidiu publicar uma autobiografia para se defender da má publicidade que tem sido feito da sua pessoa. Num relato aos bastidores do futebol, acusa o presidente do FC Porto de comprar árbitros e mover influências. Que papel está assumir a neste momento com a publicação deste livro?
- Este livro é a vontade de encerrar um capítulo da minha vida. Se a separação tivesse acontecido de uma forma normal e civilizada não haveria livro.
Vingança, arrependimento?
- Perante a tentativa persistente de Jorge Nuno de me achincalhar na praça pública decidi escrever um livro que me desse o direito de me defender.
Foi pressionada para que o livro não fosse publicado?
- Recebi algumas pressões e ameaças, mas o que interessa é que foi publicado.
Não receia as consequências que poderão advir da publicação?
- Assumo os riscos de tudo o que contei. Estou preparada para pagar os erros que cometi durante este tempo. Tudo o que escrevi aconteceu e também admito que por uma questão de precaução e segurança pessoal, não contei todas as histórias.
Falou de promiscuidade, de mundo oculto no futebol. A que se referia?
- Às inúmeras histórias de bastidores, como as que envolvem os árbitros. Relatei algumas situações de árbitros que estiveram em minha casa a conviver com o Jorge Nuno. Acho que não é normal este tipo de confraternização.
Eram árbitros indicados para os jogos do FC Porto?
- Também. Isso também acontecia em vésperas dos jogos? Sim, existiramalguns convívios.
E nesses convívios eram pedidos favores?
- Exactamente.
Favores desportivos?
- Eles eram pagos para se portarem bem.
De que tipo de pagamentos fala?
- Há muitas formas de se pagar favores. Não se pode limitar o pagamento a dar dinheiro.
Está a falar de corrupção na arbitragem...
- Pelo que vi, sim. Alguns árbitros vendem-se.
Relata no livro um telefonema de Pinto da Costa para Pinto de Sousa, (ex-presidente do Conselho de Arbitragem) queixando-se de uma arbitragem que não estava a correr bem. Era frequente essa situação?
- Aconteceu algumas vezes.
E qual era a resposta?
- Pinto de Sousa tentava tranquilizá-lo e depois acabavam por se encontrar para falar do assunto. Assistiu a alguma sugestão de árbitro para algum jogo do FC Porto?
Sim, por exemplo o Benfica-FC Porto (2004), naquele jogo em que assisti à partida no meio dos Super-Dragões e exibi um cartaz para o presidente do Benfica, uma montagem de Jorge Nuno, que me usou.
Está a dizer que esse arbitro, Olegário Benquerença, foi escolhido por Pinto da Costa?
- ... Recordo-me bem que o resultado desse jogo foi positivo para o FC Porto [vitória por 1-0].
A quem eram dirigidos os pedidos?
- A quem mandava nos árbitros e quem tinha o poder na Liga, dirigentes importantes que estão indiciados no processo Apito Dourado.
Que tipo de relacionamento tem Pinto da Costa com Valentim Loureiro.
- Há amigos que não se podem dar ao luxo de se zangarem, amizades que têm de ser mantidas a todo custo. São amizades de conveniência. Não acredito que ele goste verdadeiramente de alguém.
Neste seis anos sentiu que Pinto da Costa tem influência no futebol português?
- Tem muita influência a todos os níveis. E não tenho receio de dizer que muitos dos jogos do FC Porto foram ganhos nos bastidores.
Quem são os mais influentes?
- O major e o Jorge Nuno controlam tudo a norte. O poder deles, nomeadamente do Jorge Nuno, vai muito além do futebol, abrange a comunicação social e vai até à Polícia Judiciária do Porto, como ficou provado no processo "Apito Dourado".
Se pudesse voltar atrás o que faria de diferente?
- O Jorge Nuno estava a par, desde o início, de tudo o que se ia passando no processo, e foi avisado um dia antes de a PJ ir a nossa casa. Foi Lourenço Pinto [advogado] que lhe disse. A informação chegou por intermédio do irmão de Reinaldo Teles, Joaquim Pinheiro, que tem um amigo na Polícia Judiciária do Porto. Essa informação deu-nos tempo para preparar a fuga.
Se pudesse voltar atrás o que faria de diferente?
- Não teria ajudado o Jorge Nuno na agressão a Ricardo Bexiga. Eu fu incumbida por ele de falar com algumas pessoas e fazer o serviço ("dar uma coça", ao então vereador). Na altura ele não podia confiar nas outras pessoas, Reinaldo Teles deixara de ser, por motivos pessoais, o seu braço direito e então utilizou-me. Fiz o trabalho sujo.
E porque aceitou?
- Não tinha alternativa. Tinha que o ajudar. Eu sempre me coloquei na linha da frente em tudo.

sábado, 9 de dezembro de 2006

Quero justiça. Investigue-se

PARA A JUSTIÇA LER E VOLTAR A "APITAR"?
"Eu, Carolina" é o título de um livro que pode e deve voltar a abanar as estruturas do sistema do futebol português. O título da obra em si parece não ter nada a ver com as constantes suspeitas de resultados viciados, arbitragens corrompidas, tráfico de influências, etc.
Mas tem...
De facto, ninguém conhecia Carolina Salgado até esta começar a ser fotografada ao lado de Jorge Nuno Pinto da Costa, nos jogos do FC Porto e para algumas revistas de informação social. Trata-se de um título, no mínimo, egocêntrico... Mas o egocentrismo é, também, uma condição fundamental do carácter dos dirigentes do futebol português, principalmente daqueles que vigiam, lá do alto dos seus poderes "ocultos", os destinos de uma indústria que gera milhões para Portugal, nomeadamente na exportação de futebolistas.
O livro de Carolina abre uma janela sobre a vida privada do dirigente mais forte dos futebol indígena (um dos que coleccionou mais troféus à escala global nesta modalidade desportiva que mexe com tantas emoções) e mostra, agora, outra face desta mulher: com bom senso, arrependida, cheia de vontade de contar a verdade; parece que tudo o que ficou para trás foi o seu papel de "marioneta"... Será?

Há longos anos que se nota no presidente do FC Porto um ar bem humorado e inteligente. Seguro de si. O excesso de confiança não o deixou ver, porém, que a jovem companheira estava a observar in loco como as coisas se faziam... Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades (partindo do princípio que Carolina está a contar tudo como viu, fez ou viu aplicar, sem qualquer tipo de criatividade intelectual). A paixão não durou tanto como se imaginava e rapidamente deu um pulo para o outro lado da trincheira; o ódio e a vingança.

No livro que Carolina Salgado agora publica assumem-se como verdadeiras várias situações de promiscuidade com agentes desportivos, que não provam mas indiciam práticas criminosas. Assim haja vontade da justiça (e de quem a põe em prática) e poderão haver, em breve, novos factos em redor, por exemplo, do célebre "Apito Dourado". Porque os sentimentos feridos de Carolina (e a protecção de alguém...) não calaram a sua revolta. Abriu um livro de parte da sua vida privada, vendendo-o como objectivo e factual.
Não é só Pinto da Costa que fica em cheque; são outros nomes conhecidos do meio desportivo, muitos também referidos no "Apito Dourado", outros implicados em investigações que ainda não vieram a público.

Quero justiça! Toda a gente quer...

Que os justiceiros apitem com vontade, até ao último fôlego de verdade! Investigue-se e acabe-se, de vez, com a suspeita no desporto... E na Justiça!
Para bem dos jogadores e dos treinadores, para a credibilização dos árbitros e dos dirigentes que só querem arbitrar e dirigir dentro da lei...

O cafezinho de Augusto Duarte

O ÁRBITRO AUGUSTO DUARTE ESTÁ TRANQUILO E LEMBRA QUE JÁ JUSTIFICOU EM TRIBUNAL, O QUE FOI FAZER A CASA DE PINTO DA COSTA.

"ESTIVE LÁ UMA HORA, TOMEI CAFÉ, MAS NADA FICOU PROVADO, NEM HÁ PROVAS DE NADA."

Quinta-feira trouxe novas suspeitas relacionadas com o caso «Apito Dourado». Não se tratou de qualquer testemunho em tribunal, mas o lançamento do livro «Eu, Carolina», em que Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa, presidente do F.C. Porto, refere a presença do árbitro Augusto Duarte em sua casa dois dias antes de um jogo com o Beira Mar, em 2003/04, que foi apitado pelo juiz bracarense.

«Essa senhora não tem credibilidade nenhuma, só vem falar nisso agora para poder vender livros», referiu Augusto Duarte, acrescentando: «Não é agradável o nosso nome ser falado. Quanto aos pagamentos que são referidos, vou ter de falar com o meu advogado para tomarmos as devidas medias. Eu já sabia que ela ia dizer isso, mas não tenho problema nenhum, porque estou de consciência tranquila».

O árbitro, ainda no activo, aproveita para recordar que este encontro referido já foi alvo de investigação, julgado e arquivado pelo Ministério Público em Setembro. Refere-se a uma ida de Augusto Duarte a casa de Pinto da Costa dois dias antes do Beira Mar-F.C. Porto de 18 de Abril de 2004, que ficou empatado a zero bolas, e surgiu uma semana antes dos dragões celebrarem o título nacional.

«Já prestei declarações no Tribunal sobre esse caso e justifiquei o que fui fazer a casa de Pinto da Costa. Tratou-se de um assunto pessoal. Estive uma hora a tomar café, mas não foi provado nada por falta de provas. Não se passou nada. Aliás, fui arguido, mas nada foi provado e só por isso continuo no activo. Não foi por causa desse encontro que o Porto foi favorecido, porque até empatou e os especialistas acabaram por considerar que ficou um penalty por marcar sobre McCarthy. Não misturo as coisas», frisou.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Miguel Sousa Tavares sobre Pinto da Costa

Furacão Carolina

ÁRBITROS IAM A CASA DE PINTO DA COSTA'
Uma dança ao som de Brand New Days, de Sting, celebrou o princípio da relação entre Jorge Nuno Pinto da Costa e Carolina Salgado, que esta quinta-feira lançou um livro que não deve estar muito tempo nos escaparates.

"Eu, Carolina" é um livro de 162 páginas que compromete Jorge Nuno Pinto da Costa em muitas situações, nomeadamente no que diz respeito ao processo Apito Dourado. No início do livro, Carolina revela que conheceu o presidente do FC Porto, com a mediação de Reinaldo Teles, um dos homens da SAD portista que frequentavam o Calor da Noite, bar de alterne, onde trabalhava madrugada dentro.

Joaquim Oliveira, empresário dos media, também frequentava o local assiduamente, e quando surgia era "sinónimo de festa de arromba".

"As minhas pernas começaram a tremer, senti um frio no estômago e tive que sair da pista de dança", lembra quando viu Pinto da Costa pela primeira vez.

"Previ que estava a nascer um grande amor e não me enganei. Dançámos três músicas seguidas e a sensação que tinha era que apenas existíamos nós, não havia ninguém em volta. Fez-me sentir uma verdadeira princesa", confessa.


Estávamos no Outono de 2000.

Depois, o início das revelações que comprometem Pinto da Costa: "Sempre que, durante um jogo, o Jorge Nuno achava que o árbitro tinha prejudicado o FC Porto ligava ao senhor José António Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem, que lhe atendia o telefone, começando por manifestar a sua indignação perante a incompetência do árbitro, mas acabando sempre por marcar um jantar para fazer as pazes."


Pinto da Costa festejou vitória da Grécia
Uma das confissões mais relevantes da ex-mulher de Pinto da Costa reside no facto de o presidente do FC Porto ter festejado o triunfo da Grécia no Euro 2004.
O Jorge Nuno alterou-se com o senhor Scolari quando percebeu que este não cederia às suas vontades. O que incomodava Jorge Nuno era o facto de toda a gente ter percebido que o presidente do FC Porto perdera o poder que gostava de ostentar sobre todos os aspectos do futebol português, incluindo a equipa de todos nós.
Conheço casas onde o desaire [refere-se à derrota de Portugal na final do Euro 2004 com a Grécia] foi festejado com a abertura de uma garrafa de champanhe.
A minha, por exemplo.
E assumo o risco da impopularidade que uma revelação destas pode causar. Politicamente falando era intolerável para o Jorge Nuno ter de suportar a vitória portuguesa no Euro 2004, que, para ele, não seria mais do que o sucesso de Scolari contra a sua pessoa", revela.

Apito de alerta do amigo Lourenço Pinto...

Como dissemos acima, Carolina Salgado confessa ao pormenor como Pinto da Costa geriu a sua vida quando o processo Apito Dourado rebentou.
"Foi o dr Lourenço Pinto quem, às sete da manhã, nos telefonou para casa avisando que o major, o doutor Pinto de Sousa e alguns funcionários da Câmara de Gondomar tinham recebido a visita da PJ. O Jorge Nuno ficou deveras perturbado com o que estava a acontecer ao major. Receava que o major ou Pinto de Sousa falassem de mais. Esta era a sua preocupação", relata.

Na véspera da sua detenção, que nunca chegou a acontecer, Pinto da Costa contou com uma preciosa ajuda, nada mais nada menos que Lourenço Pinto, advogado do major Valentim Loureiro. Tendo em conta o acontecimento, o conhecido advogado, segundo Carolina Salgado, marcou um almoço no restaurante Boucinha, em Vila Nova de Gaia.
"À mesa fomos informados com pormenor da situação. Na manhã do dia seguinte, uma brigada da PJ iria entrar na nossa casa e na casa de Reinaldo Teles com mandados de busca e de detenção (...)
Foi muito acentuado que os agentes eram de Lisboa, como se por isso o perigo triplicasse, o que não me pareceu uma análise correcta. (...)

Quer o Jorge Nuno, quer o Reinaldo Teles ficaram petrificados com as informações. O Reinaldo ficou branco, quanto ao Jorge Nuno, o que ouviu da boca do dr. Lourenço Pinto deu-lhe positivamente a volta à barriga. Não havia tempo a perder. O Jorge Nuno tinha de sair do país", diz.
António Araújo não foi avisado, segundo Carolina Salgado, por ser "o elo mais fraco" e para que a estratégia montada "funcionasse na perfeição".
A mãe de Carolina estava incumbida de atender os agentes da PJ, tendo de dizer a frase previamente combinada: "O senhor Jorge Nuno e a esposa tinham aproveitado o feriado para dar um passeio."
Isto numa altura em que o casal se encontrava na Galiza. Como curiosidade, a mulher de Reinaldo Teles recebeu os agentes da PJ com uma frase elucidativa da sua seriedade: "Não dormiu cá. De certeza que passou a noite com alguma amante!"

Reinaldo Teles pernoitou num hotel do Porto.

Carolina Salgado lembra que ela e Pinto da Costa resolveram deixar o cofre da casa aberto, "numa atitude de descaramento e provocação".Já em Espanha, "Jorge Nuno acusava o Major de ter falado de mais e não ter cuidado".

Confraternização com árbitros

Para sustentar a sua tese, Carolina faz uma confissão bastante perniciosa para o líder portista: "Os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte eram visitas de nossa casa, sempre trazidos pelo António Araújo.
Por ser muito cuidadoso, Jorge Nuno nunca falou com um árbitro ao telefone, nem precisava de o fazer, visto que eles iam lá a casa para confraternizar."
No dia do encontro, em casa, com o Beira-Mar, a contar para a Liga, Pinto da Costa combinou ir depor. Mas se ficasse detido havia uma estratégia bem montada: "Se, por acaso, Jorge Nuno ficasse detido por ordem da juíza-tal, como aconteceu com o major, os Super Dragões invadiriam o Tribunal, destruindo tudo à sua passagem, e libertariam o presidente.
Cá fora, eu estaria à sua espera num local previamente combinado e fugiríamos para Espanha, de onde só regressaríamos sabe-se lá quando."

Entretanto, Carolina recorda que teve o "desprazer de ouvir Joaquim Pinheiro [irmão de Reinaldo Teles] dizer em voz bem alta que se não fosse ele o presidente estava engavetado, devido a uma informação de um amigo seu da PJ do Porto"

Visitas de árbitros a casa de Pinto da Costa

Carolina Salgado: «Pinto da Costa recebia árbitros em casa»
DINHEIRO E MENINAS ERAM A RECOMPENSA

citação:
Carolina Salgado afirmou hoje na TVI que Pinto da Costa recebia em casa, entre outros, os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte para "preparar os jogos", e que se estes "se portassem bem", recebiam dinheiro e favores de "meninas" como recompensa.
A mulher que viveu com o líder portista durante 6 anos lançou hoje um livro autobiográfico em que trata a relação terminada com um dos homens mais influentes do futebol português, e fez afirmações graves às câmaras da privada.

"Eram reuniões normais para preparar os jogos, como toda a gente sabe, incluindo os portistas: eles que me perdoem, mas enquanto clube continuar a ganhar... Os árbitros eram pagos para isso; se se portassem bem, depois ainda tinham umas meninas para os acompanhar, beber uns copos... Era a recompensa", avançou, sobre as afirmações contidas no livro a antiga companheira de Pinto da Costa.

No seu livro, Carolina Salgado esclarece que o presidente do FC Porto, "por ser muito cuidadoso, nunca falou com um árbitro ao telefone, nem precisava de o fazer, visto que eles iam lá a casa confraternizar."
Ou muito me engano ou ainda vem aí o processo "Pila Dourada"

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Eu, Carolina - The Movie. (Parte 2)

Eu, Carolina - The Movie. (Parte 1)

Eu Carolina


"O amor e ódio a Pinto da Costa e o caso ‘Apito Dourado’ dominam a autobiografia ‘Eu, Carolina’, da ex-mulher do presidente do FC Porto.
Já se sabe como acaba: Pinto da Costa e Carolina Salgado viveram uma história de amor mais ou menos escandalosa que terminou ao fim de seis anos, com acusações de agressões e lavagem pública de roupa suja. A ex-companheira do presidente do FC Porto lança hoje a sua versão do romance ‘Eu, Carolina’, uma autobiografia escrita a meias com Maria Fernanda Freitas, professora de português.
A ‘história verdadeira’, como vem na capa, só começa verdadeiramente no capítulo três, quando Jorge e Carolina se conheceram no Calor da Noite, casa de alterne do Porto onde a mulher de 22 anos tentava arranjar sustento para os dois filhos. Apaixonaram-se ao som de Sting, passaram a primeira noite juntos num hotel em Espanha e Carolina mostra no livro os bilhetes de amor que o presidente lhe escrevia: «Giorgio love Carolina». E revela que gostava de frango com ovos e ‘cafuné’ para adormecer.
O amor começou a esmorecer com o caso ‘Apito Dourado’ e com uma suposta reaproximação entre Pinto da Costa e Maria Elisa. Carolina conta que ajudou o presidente do Porto a fugir para Espanha depois de terem sido avisados da busca da PJ. Pinto da Costa acabou com tudo à bruta: “Obrigado pelos momentos que me proporcionaste. Espero que sejas feliz”. Não foi bem assim.
Segundo a autora, num raide para ir buscar objectos pessoais à casa que dividiam, o verniz estalou: “Vendo-me manietada pelo capanga, deu-me dois estalos”. E foi o fim."

Expresso