A abertura deste espaço, tem como principal razão de ser a denúncia de todos os casos de corrupção, que se têm verificado através da viciação do "SISTEMA" que o Dr. Dias da Cunha, corajosa e persistentemente denunciou. Até aprece que querer que exista VERDADE DESPORTIVA é ... vergonha. Enfim, agora que se sabe que entre outros favores aos árbitos, para além de peças de ouro e sem falar de viagens ao Brasil, há favores sexuais que envolvem vários dirigentes e árbitros internacionais e de meia tigela, e que têm servido de suporte aos bons resultados de alguns, não nos podemos admirar que nos últimos 20 anos os campos estejam inclinados e tenham sido o FCPorto e o sr. Pinto da Costa os maiores beneficiários. A OPERAÇÃO "APITO DOURADO" não sei se será ou não bem sucedida naquilo que TODA A GENTE SABE. No entanto, teve o condão de trazer à luz do dia muitos nomes, poucas vergonhas, batota, mentira, roubo, telemóveis e, MUITA COISA MAIS que andava escondida. Está aberta a caça! Ou estava, a justiça tem destas coisas. E o que é engraçado também no meio de tudo isto, é ver o sr. Luis Filipe Vieira, anafado e literado presidente do Benfica a deitar baba e ranho sobre os telefonemas e a promiscuidade do FCPorto e Pinto da Costa, quando ele próprio andou embrulhado com telefonemas a escolher árbitros. E o Dr. João Rodrigues ... sabem todos quem é. não sabe?
Pelo menos os telefonemas existiram, esses ninguém pode provar que não existiram.
São um facto indesmentível!

quarta-feira, 27 de abril de 2005

Ainda há dúvidas?

O árbitro Jacinto Paixão, confirmou hoje tudo o que se tem dito aqui, sobre o seu processo no APITO DOURADO: Que é verdade as 3 meninas arranjadas pelo senhor António Araújo, que foram jantar com o Senhor Reinaldo Teles e quando perguntou quanto era, já estava tudo pago ( parece o árbitro de Viana, que foi de férias ao Brasil e quando veio quis pagar e também lhe disseram que estava tudo pago), depois foram para a borga (deve ter sido na Taverna do Infante - propriedade do Reinaldo Teles) e este depois levou-os ao Hotel, onde eram esperados pelas meninas.

terça-feira, 26 de abril de 2005

Tragicomédia indecorosa

Deve ser desmoralizador ver o nome associado ao lado mais negro, mas também mais constantemente genuíno, do nosso futebol: aquele onde se cruzam, em teia vastíssima, influências e jeitinhos, favores, recomendações e cunhas, coisas rasteiras e tão mesquinhas.
E isso daria matéria de estalo para uma série de programas cómicos na moda, daqueles que duram e duram e duram
1 - Pronta que está a recolha de material, que há-de servir de base à acusação no processo do Apito Dourado, confesso-lhes a minha mais absoluta descrença quanto às consequências penais da matéria arrolada. Para lhes ser franco, adianto-lhes até que só me chocou a natureza indecorosa de alguns factos indiciados e entretanto divulgados.
O resto, pouco releva da mesquinhez de intenções, que a «vox populi» há tanto e tanto tempo associa a certos figurões da bola.
2 - Por isso e mais do que carrear argumentos para justificar sanções penais graves a este ou àquele - máxime a privação da liberdade - o que este processo parece pronto a tornar-se é numa hilariante tragicomédia, na linha das rábulas permanentemente em cena no nosso pequeno teatro indígena.
3 - Assim, mesmo falando-se de suspeitas quanto a um ou outro resultado, não me parece que sejam razões exclusivamente futebolísticas a ditar problemas de maior seja a quem for. Esses, a acontecerem, só noutra sede, se os tribunais avançarem sobre eventuais interesses ilícitos associados ao futebol e que se traduzem em cifrões quando cruzados, por exemplo, com os que medram à sombra das autarquias.
4 - A maior parte dos implicados neste processo está lá por miudezas. O problema é que são uns 200 os membros da nossa tribo apanhados na teia. E isso é muita gente, considerando que a tribo é pequena, funciona normalmente em circuito fechado e todos somos lá primos e primas. Ou seja: não havendo nenhum futebolista no rol (e isso é de destacar!), dava para constituir umas 18 equipas, tantas quantas concorrem aos campeonatos profissionais.
E ainda sobram uns suplentes.
5 - Do mal o menos: tirando este ou aquele árbitro referido no processo (e são poucos, além de que quase irrelevantes...) a larga maioria dos envolvidos é gente que apenas circula na orla dos campos , fora portanto dos lugares de culto da nossa religião. O que pressupõe um abalo menor, para a estrutura do conjunto, se algumas destas maçãs podres foram despejadas do saco e varridas de cena.
6 - Não obstante e mesmo que ninguém vá parar com os ossos à cadeia, é um dado adquirido que, depois disto, nada ficará como dantes no futebol português. Já se defende, e eu não discordo, que o campeonato principal já está tão igualado, justamente porque o apito actualmente mais em uso é o dourado.
Outras consequências? O certo é que muita gente vai ficar sem condições morais para continuar no futebol.
7 - Pode nem ser por nenhuma razão em especial, mas deve ser desmoralizador ver o nome associado ao lado mais negro, mas também mais constantemente genuíno, do nosso futebol: aquele onde se cruzam, em teia vastíssima, influências e jeitinhos, favores, recomendações e cunhas, coisas rasteiras e tão mesquinhas.
E isso, se pouco valerá em juízo, daria sem dúvida matéria de estalo para uma série de televisão, ou para programas cómicos na moda, daqueles que duram e duram e duram.
8 - Recordam-se do capitão Roby, produzido pela SIC e que ainda anda a ser repetido? Pois troquem-no por aquele árbitro que pedia um «rebuçado » para passar a noite, destaquem a eficiência com que o pedido foi atendido e sublinhem as expectativas de que, assim adoçado, ele facilitaria uma vitória, para se avaliar do alcance cénico da coisa.
9 - Também há o lado dramático, de ameaçarem ruir algumas pedras basilares em que assentava o sistema. Inclusive, figuras que anos e anos nomeámos como soluções únicas e infalíveis para todos os males da bola e que, afinal, parecem não tão infalíveis como isso. Às vezes só por não saberem dizer que não, ou não serem capazes de resistir à cunha, ao pedido e ao jeitinho.
10 - Mas a haver série televisiva, que daqui vivamente recomendo, não se esqueçam porém de que o grande final, apesar de se tratar de coisas da bola, não pode ser com penaltis, ou golos mais ou menos encomendados. Só pode ser a chegada a um certo quadro de certo hotel, das duas medidas de café e de leite, que determinado personagem encomendara e um prestimoso empresário pediu autorização a quem de direito para combinar na proporção adequada.
Se fosse eu o argumentista, garanto-lhes que só hesitaria num ponto, ao escrever o grande final: entre saber se encomendas seriam entregues pessoalmente pelo mandante, ou pelo mandatário.
Daniel Reis

sexta-feira, 22 de abril de 2005

Fruta ... café ... ó chocolate??

Interrogado sobre a questão das prostitutas, Jacinto Paixão declarou que, em jeito de brincadeira, pedi a um amigo meu, Luís Lameira, de Beja, também árbitro de futebol, umas garotas para a noite em que estaríamos no Porto por ocasião do jogo que iríamos arbitrar.
Nunca antes eu tinha ouvido falar desse tal António Araújo, desconhecendo o que ele faz e quem é no meio futebolístico.
Questionado se perguntou quanto custaria esse tipo de serviço de prostituição, afirmou não saber nem querer saber, não tendo feito qualquer pergunta a esse propósito.
Em meu entender tratava-se de uma oferta de um amigo [António Araújo] do meu amigo [Luís Lameira]. Quando eu cheguei ao meu quarto, no Hotel Meridien, já estava lá o senhor que se intitulou Araújo com as três meninas.
O senhor Araújo disse-lhes a elas: meninas, estão em boas mãos, tratem bem dos meus amigos e foi-se embora. Fui eu que disse ao senhor Araújo o número do meu quarto, no Hotel Meridien, mas desconheço a forma como ele entrou no quarto sem a minha presença, deixando-me uma menina no meu quarto e seguindo com as outras duas para o quarto onde estavam instalados os meus colegas.
No que diz respeito ao jogo FC Porto-Estrela da Amadora, relativamente aos contactos do FC Porto, por parte de Pinto da Costa, através de interposta pessoa, neste caso António Araújo, estão documentados nos autos, através das escutas telefónicas assinaladas nos factos comunicados aos arguidos.
Acresce que como normalmente acontece e resulta das restantes escutas telefónicas efectuadas a outros arguidos, o contacto prévio é sempre efectuado apenas com o árbitro da partida e não também, necessariamente, com os assistentes (ver a propósito as escutas telefónicas efectuadas ao árbitro Pedro Gonçalo Martins Sanhudo) e daí que o arguido Chilrito declare que ninguém falou consigo antes da partida e que não conhece o Araújo.
Por outro lado, o acordo para a prática de actos contrários às Leis do Jogo, a troco de contrapartidas, não tem de ser expresso, basta que seja tácito, como normalmente acontece: quando é oferecida por alguém ligado a um clube desportivo uma determinada contrapartida a um árbitro, este já sabe para que é quando a aceita, como foi o caso dos arguidos, já que ninguém recebe contrapartidas neste contexto se não for para retribuir com o trabalho que vai desenvolver em campo ao arbitrar o jogo da equipa em nome da qual é oferecida a contrapartida.
Por seu turno, quem a oferece tem apenas como objectivo o benefício da sua equipa através da prática de actos contrários às Leis do Jogo pela equipa de arbitragem e assim corruptor e corrompido estabelecem um acordo tácito sobre o papel a desempenhar por cada um.
O árbitro da partida contactado comunica depois aos árbitros-assistentes o sentido do contacto destinado a beneficiar a equipa que o contactou. No que diz respeito às contrapartidas estão também documentadas na sessão telefónica serviços sexuais de prostitutas e outras contrapartidas que, segundo Pinto da Costa, já haviam sido mandadas (já foi mandada) e que se depreende que teriam valor pecuniário, a que acresce um jantar num restaurante, que os arguidos não pagaram e que foi pago pelo FC Porto, o que resulta das declarações do arguido Chilrito, do arguido Quadrado, nomeadamente do facto por estes referido, e que o empregado de mesa lhes disse que o jantar já estava pago e que apareceram junto deles o senhor Garrido e o senhor Reinaldo Teles, que foi à frente indicar-lhes o caminho até ao restaurante onde comeram e depois até ao Hotel Meridien, onde iam dormir.
Da conjugação de tal análise com as declarações do arguido Chilrito resulta que este praticou actos contrários às Leis do Jogo, de que beneficiou o FC Porto, já que este estava a acompanhar o ataque do Estrela da Amadora na primeira parte e por isso daí resulta que foi ele quem não assinalou falta de Paulo Ferreira (do FC Porto) e assinalou o fora-de-jogo inexistente ao Estrela da Amadora.
Por seu turno, o arguido Quadrado não assinalou o fora-dejogo de que resultou um pontapé de canto de que beneficiou o FC Porto e de que veio a resultar o primeiro golo desta equipa, nem o fora-de-jogo de McCarthy, de que resultou o segundo golo da mesma equipa.
O arguido Quadrado não se recorda em que posição concreta estava em campo na primeira e depois na segunda parte, pelo que nada permite pôr em causa as declarações do arguido Chilrito quanto ao posicionamento relativo dos árbitros-assistentes no jogo em causa.
O arguido Jacinto Paixão, enquanto árbitro da partida, não assinalou as faltas que beneficiaram o FC Porto e prejudicaram o Estrela da Amadora, com influência no resultado final.

É frutóchocolate ...

Depoimentos das prostitutas
Celina Fonseca: (negra, companhia de Jacinto Paixão), nome de código café
"Estive uma hora no quarto com Jacinto Paixão, com quem mantive relações sexuais; Ele disse-me que podia tratá-lo por Paixão e tinha sido o árbitro do jogo no Estádio do Dragão, daí ter chegado atrasado ao nosso hotel
Danielle (branca, companhia de Manuel Quadrado), nome de código café com leite pouco escuro "Um deles foi comigo para a casa de banho privativa do hotel, onde mantivemos relações sexuais"
Emanuelle: (mulata, companhia de José Chilrito), nome de código café com leite muito escuro
"Um deles, que não o Paixão, com cerca de trinta e poucos anos de idade, era calvo, tinha as pernas grossas e media cerca de 1,60 a 1,65 metros"

Um golpe de estádio

Despacho da juíza Ana Cláudia Nogueira acusa o líder do FC Porto de pôr em causa o Estado de Direito através da viciação de resultados desportivos.
A juíza chegou a esta conclusão depois de ouvir escuta em que Pinto da Costa aprova oferta de «fruta para dormir» aos árbitros que garantiram vitória portista com golos irregulares

Retrato de uma intermediária

Cláudia Gomes é uma jovem brasileira residente em Portugal desde 2003.
Trabalhava em estabelecimentos de diversão nocturna como alternadeira, prostituindo-se ocasionalmente com clientes.
Há cerca de dois anos, em Maceió, no Brasil, conheceu António Araújo, que lhe foi apresentado pelo presidente do clube de futebol daquela cidade Corinthians Alagoano.
Foi através de CláudiaGomes que António Araújo contratou as três prostitutas para terem relações sexuais com os três elementos da equipa de arbitragem, recrutando-as no clube nocturno Golden, na Avenida Fernão de Magalhães, a poucas centenas de metros do Estádio do Dragão, segundo a Polícia Judiciária do Porto apurou.

quarta-feira, 20 de abril de 2005

"A Salette é uma paixão"

O CLIENTE DA SEMANA:
Salette: ONTEM, estava eu prestes a recolher a minha viatura à garagem, quando me entra no veículo a única pessoa, em Portugal, a quem o José Mourinho pede meçasem termos de títulos conquistados. A única diferença é que o ex-técnico tripeiro não teve que suar tanto.
Zé Manel : Ora viva! É pardonde, minha senhora?
Salette : É ali para a Pensão Antonieta. E depressa, que eu tenho três pontos para conquistar.
Zé Manel : Três pontos? Ah, já percebo porque é que a shôra está assim vestida. Você é uma mulher da vida, não é?
Salette : Não. Sou uma mulher do futebol. Durante os últimos vinte anos, só tenho trabalhado à base de árbitros. Sabe como é: hoje em dia, tal como noutros ramos, o segredo está na especialização.
Zé Manel : Pois, mas então não se percebe porque é que, quando falta a luz, os árbitros de futebol costumam decidir adiar os jogos. Se os resultados dos jogos, afinal, são decididos justamente às escuras... Eh, eh, eh! Pode-se, então, dizer que a shôra foi essencial na conquista do pentacampeonato?
Salette : Claro. Porque é que acha que se chamou a essa conquista «penta campeonato »?
Zé Manel: Porque os tripeiros conquistaram o campeonato cinco vezes seguidas.
Salette : Qual quê! Foi, justamente, porque os momentos decisivos para a conquista desses títulos foram passados no Hotel Penta.
Zé Manel : Ah! Realmente, agora tudo faz sentido. Prova-se com isto que os adeptos não percebem nada do que se passa nos bastidores do futebol.Éque eles costumam chamar um nome aos juízes da partida que não corresponde minimamente ao que eles são.
Salette : Como assim?
Zé Manel : É que eles não são seus filhos. São seus clientes, assim é que é. Eh, eh, eh! Só não percebo é como é que os árbitros, comesse estilo de vida, conseguem ter uma situação financeira estável.
Salette : Ó filho, mas não são eles que pagam.
Zé Manel :Eu sei. Não é a isso que me refiro. O que eu quero dizer é que os árbitros devem gastar uma fortuna em dentistas: com a quantidade de rebuçadinhos que ingerem. Eh, eh, eh! A meu ver, só há uma coisa a fazer. E se o Conselho de Arbitragem não tomar essa decisão é porque está feito com os acusados do processo Apito Dourado.
Salette : O quê? O que é que há a fazer?
Zé Manel : É passar a nomear pròs jogos árbitros de sexualidade alternativa. Eh, eh, eh! Salette : Nããããããooo! Isso significa o desemprego para nós... Olhe, o que é que eu posso fazer por si para não contar a ninguém essa ideia que você teve?
Zé Manel : O que é que pode fazer por mim? Sei lá.
Salette : Hum... E se eu lhe trouxesse um café com leite?
Zé Manel : Olhe, por acaso até calhava bem. Salette:E quer um café com leite mais clarinho ou mais escuro? Zé Manel : Pode ser com mais café, que está-me a dar a quebra.
Salette : Então, pare aí à frente desse prédio. Já venho, está bem?
Zé Manel : Por mim, tudo bem. Mas vai ser complicado arranjar café com leite num bairro sem pastelarias... Ouviu? Onde é que ela se meteu? Ah, aí vem ela de novo!
Salette : Aqui está o seu café com leite.
Zé Manel : Ó diabo, não sabia que estávamos a falar em código...

domingo, 17 de abril de 2005

Pinto da Costa responsabilizado

O presidente do Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, é responsabilizado pela juíza do processo "Apito Dourado" por ofertas a árbitros com o objectivo de beneficiar o FC Porto e prejudicar o Benfica e o Sporting Clube de Portugal .
Segundo noticia hoje o "Expresso", o dirigente chegou a oferecer prostitutas a árbitros. O semanário cita fontes judiciais e o despacho de Ana Cláudia Nogueira. Jacinto Paixão é um dos árbitros referidos pela magistrada.
De acordo com o referido semanário, que alega ter tido acesso "às linhas gerais" do despacho assinado pela juíza do processo 'Apito Dourado', Ana Cláudia Nogueira, os "favores" a prestar aos árbitros eram pedidos por Pinto da Costa e executados pelo empresário António Araújo. A juíza cita ainda Reinaldo Teles, por um jantar pago em nome do FC Porto.O despacho assinado pela juíza, segundo noticia o 'Expresso', refere em concreto o FC Porto - Estrela da Amadora de 24 de Janeiro de 2004, no qual houve muitos erros de arbitragem reconhecidos pelo próprio árbitro, Jacinto Paixão.
O documento sublinha que todos os erros favoreceram o FC Porto. De acordo com a juíza, depois de terminar esse jogo, Jacinto Paixão e os seus auxiliares foram conduzidos por Reinaldo Teles a um restaurante próximo do Porto, onde jantaram, tendo o dirigente portista pago o repasto. Após o jantar, Reinaldo Teles conduziu Jacinto Paixão e os seus dois auxiliares ao Hotel Méridien. No quarto reservado a Jacinto Paixão esperava-os António Araújo com três prostitutas, que confirmaram ter mantido relações sexuais com os árbitros. Estes também terão confessado tudo à juíza.
O despacho refere ainda - segundo o 'Expresso' - Valentim Loureiro e João Loureiro a propósito de um jogo entre o Boavista e o Estrela da Amadora também arbitrado por Jacinto Paixão, a 3 de Abril de 2004.
A juíza atribui menor importância a este caso porque a contrapartida terá sido apenas a promessa de boa nota ao árbitro, refere o 'Expresso' que, sem síntese, conclui pelo facto de Pinto da Costa ter "viciado" o campeonato de 2003/04, a tal época de glória do 'dragão' .

Entrevista a José Manuel Meirim

"PODERES PÚBLICOS NÃO SE METEM COM O FUTEBOL"
Entrevista de José Manuel Meirim, especialista em Direito Desportivo, que critica posição da Liga.
Pergunta - Defende que a Comissão Disciplinar da Liga abra processos aos arguidos do "Apito Dourado"?
João Manuel Meirim - Sim. Este caso tem duas vertentes, uma ao nível do direito penal e outra ao nível disciplinar, no âmbito da Liga. A primeira está a evoluir, mas a segunda não. Esperava-se que houvesse abertura de processos disciplinares.
P - Porquê?
JMM - Porque se corre o risco de no final do processo criminal a infracção disciplinar se encontrar prescrita, sendo que o prazo é de cinco anos. O Regulamento Disciplinar da Liga só obriga a instaurar inquérito quando houver sentença transitada em julgado, sem hipótese de recurso, mas tendo em conta a demora da Justiça poderá ser tarde.
P - Defende uma intervenção do Estado?
JMM - Sim. A Liga tem um poder disciplinar qualificado pela lei como de natureza pública e, portanto, o Governo, nomeadamente o responsável pelo Desporto, já devia ter perguntado à Liga por que motivo não o exerce. Abrir o processo já contaria para efeitos de prescrição e se não o fizerem estão a violar o estatuto de utilidade pública desportiva.
P - Na sua opinião, por que motivo o Estado não age?
JMM - Há uma omissão dos poderes públicos para não se meter os com poderes do futebol.
REGULAMENTO DISCIPLINAR DA LIGA PORTUGUESA DE FUTEBOL PROFISSIONAL
Artigo 6.º - (Autonomia do regime disciplinar desportivo)
2. As pessoas singulares serão punidas pelas faltas cometidas durante o tempo em que desempenhem as respectivas funções ou exerçam os respectivos cargos, ainda que as deixem de desempenhar ou passem a exercer outros.
4. A Comissão Disciplinar, oficiosamente ou a instâncias de qualquer interessado, deverá comunicar ao Ministério Público e demais entidades competentes as infracções que possam revestir natureza criminal ou contra-ordenacional, sem prejuízo da tramitação do processo disciplinar desportivo que, por esse facto, não deverá ser suspenso.
5. A aplicação de penas criminais ou sanções administrativas não constitui impedimento, atento o seu distinto fundamento, à investigação e punição das infracções disciplinares de natureza desportiva.
6. O conhecimento pela LFPF de decisão judicial condenatória, transitada em julgado, pela prática de infracção que revista também natureza disciplinar, obriga à instauração de procedimento disciplinar, excepto se o mesmo já estiver prescrito.
Artigo 16.º - (Prescrição do procedimento disciplinar)
1. O direito de exigir responsabilidade disciplinar prescreve ao fim de três anos, um ano ou um mês, consoante as faltas sejam, respectivamente, muito graves, graves ou leves, sobre a data em que a falta tenha sido cometida, salvo o disposto nos números seguintes.
2. Se o facto qualificado de infracção disciplinar for também considerado infracção penal, o prazo de prescrição será de cinco anos.
3. A prescrição interromper-se-á no momento em que é instaurado o procedimento disciplinar, voltando a correr o prazo se aquele permanecer parado mais de dois meses, por causa não imputável ao arguido.
4. O prazo da prescrição começa a contar-se desde o dia em que o facto ocorreu.
5. Trinta dias após a realização de um jogo, considera-se o seu resultado tacitamente homologado, pelo que, quer os protestos sobre qualificação de jogadores quer as denúncias de infracções disciplinares admitidos e feitos depois daquele prazo não terão quaisquer consequências relativamente a esse jogo e na tabela classificativa, ficando os infractores unicamente sujeitos às penas disciplinares previstas e aplicáveis para os ilícitos que vierem a ser provados.
Artigo 51.º - (Corrupção da equipa de arbitragem)
1. O Clube que, através da oferta de presentes, empréstimos, promessas de recompensa ou de, em geral, qualquer outra vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer elemento da equipa de arbitragem ou terceiros, directa ou indirectamente, solicitar e obtiver, daqueles agentes uma actuação parcial por forma a que o jogo decorra em condições anormais ou com consequências no seu resultado ou que seja falseado o boletim do encontro, será punido com as seguintes penas:a) Baixa de divisão;b) Multa de 50.000 euros (cinquenta mil euros) a 200.000 euros (duzentos mil euros)
Artigo 151º - A - (Corrupção da equipa de arbitragem)Os árbitros e árbitros assistentes que solicitem ou aceitem, para si ou para terceiros, directa ou indirectamente, quaisquer presentes, empréstimos, vantagens ou, em geral, quaisquer ofertas susceptíveis, pela natureza ou valor, de pôr em causa a credibilidade das funções que exercem são punidos com a pena de suspensão de dois a dez anos.

Despacho da juiza

Ana Cláudia Nogueira, juíza de instrução do processo "Apito Dourado", escreveu em despacho que pessoas próximas de Pinto da Costa (Reinaldo Teles e o empresário António Araújo) pagaram favores sexuais ao árbitro Jacinto Paixão e aos assistentes José Chilrito e Manuel Quadrado para beneficiarem o FC Porto no jogo com o Estrela da Amadora, relativo à 19.ª jornada da época passada.
Os "dragões" lideravam já a classificação com 11 pontos de avanço quando receberam o Estrela, a 24 de Janeiro de 2004, tendo vencido por 2-0, com dois golos irregulares, uma vez que os seus autores estavam em posição de fora-de-jogo.
As conclusões da juíza baseiam-se em escutas telefónicas de conversas entre Pinto da Costa e o empresário António Araújo, bem como em depoimentos dos elementos envolvidos.
O despacho que a juíza do "Apito Dourado", Ana Cláudia Nogueira, deu após os interrogatórios ao árbitro Jacinto Paixão e respectivos auxiliares, ao qual o "Expresso" teve acesso, diz que Pinto da Costa é pessoalmente responsável por ofertas a àrbitros, incluindo prostitutas.
Segundo o semanário, Jacinto Paixão confessou que foi "presenteado" com serviços de prostituição após o FC Porto-E. Amadora (2-0), do ano passado.
Contratadas pelo empresário António Araújo, também ele arguido, as prostitutas terão sido apresentadas aos árbitros, no dia do jogo, após um jantar pago pelo dirigente portista Reinaldo Teles.
Em tribunal, os árbitros negaram saber que as prostitutas - receberam 150 euros cada - tenham sido pagas por pessoas ligadas ao FC Porto, mas a juíza parece não ter tido dúvidas em considerar Pinto da Costa o responsável.

terça-feira, 12 de abril de 2005

Crispação antiga

Não é nova a crispação entre o magistrado de Gondomar e os procuradores gerais adjuntos da Relação do Porto.
Nos recursos às medidas de coacção têm sido visíveis os desentendimentos. Pinto Nogueira, o procurador-geral adjunto que continua a acompanhar os recursos, tem defendido medidas de coacção mais brandas e atacado de forma violenta a direcção do processo.
Por sua vez, Carlos Teixeira tem "desafiado" todas as indicações de Pinto Nogueira - como o não levantamento do sigilo bancário ao F. C. Porto - e lembrado ao magistrado da segunda instância que é ele quem conduz o inquérito, não sendo por isso obrigado a seguir as indicações superiores.
No entanto, a possibilidade de Teixeira querer que a maioria dos 198 arguidos vá a julgamento está a causar mau estar no MP. Muitos consideram que um mega-processo poderá condicionar o desfecho e fazer arrastar o caso em recursos.

É para rir, ou ... para chorar?

É giro!
Obviamente que não sou eu que está a inventar o que quer que seja, toda a gente sabe da vergonha que se está a passar, e que pelos vistos era prática comum desde há 20 anos a esta parte.
Estas notícias entram-nos pela casa adentro pela rádio, televisão e jornais, basta não andar distraído nem ser ... cego, surdo e mudo.
Percebo o mal estar de alguns, eu no lugar desses também teria vergonha. Acredito que não tenham capacidade de argumentação porque na verdade, isto é tão reles e tão grave que, não dá para tal, é tamanha a baixeza ... premeditada e programada, que lhes resta aceitar o desenrolar dos acontecimentos, rezar para que nem tudo seja assim, e, os mais sensatos, penitenciarem-se pelo sucedido quando acharem oportuno, reconhecerem a máquina promíscua onde se apoiaram tantos anos.
Também quero dizer o seguinte: sei que há felizmente adeptos de bem, que sabem o que se passa e se passou, estão tristes e revoltados com essa situação porque o clube deles é demasiado grande para ter tido necessidade de enveredar por esses caminhos mafiosos e obscuros por dirigentes sem escrupulos e sem nível.
Felizmente, os dirigentes passam e o CLUBE fica. A sua grandeza está infelizmente marcada PARA TODA A VIDA com estes episódios (e outros, anteriormente já provados) de que foi vítima por parte de dirigentes que idolatram mas que vendem a alma ao diabo sem olhar a meios para atingirem fins. No futebol, infelizmente é assim, imaginem se em vez de dirigente de futebol fossem outra coisa ... Outros adeptos há que preferem "enrolar" para ver se as coisas são branqueadas, desviam atenções e conversas para outros assuntos, poem dúvidas em tudo e em nada, como se, por exemplo, conversas telefónicas públicas, JÁ confirmadas por outros agentes desportivos, não existissem.
Claro que há muita coisa por provar, claro que há muita coisa que se sabe e que jamais será provada por falta de provas (o que como sabes, não quer dizer que não tenha acontecido), claro que há muitas coisas que já se sabem que ACONTECERAM EFECTIVAMENTE ...Acreditem que todos sabem bem que tudo isto é VERDADE, não sou eu a inventar ... ahahahahah ... e que pura e simplesmente lhes custa aceitar uma realidade DURA e VERGONHOSA, por manifesta FALTA de CORAGEM em aceitar os acontecimentos e assumi-los quando forem provados.
Estamos aqui para ver e ouvir, quem e quantos se irão penitenciar quando os factos se provarem, se se provarem (outros estão provados, repito) e reconhecerem o que andaram a fazer para conseguir ganhar ENGANANDO os outros nomeadamente o meu Sporting Clube de Portugal, que é o que me REVOLTA no meio disto tudo - saber-se das artimanhas com prostitutas, férias de árbitros, cozinhados com fiscais de linha, árbitros de conveniência, promiscuidade autárquica, empresários desportivos e da construção civil, políticos, prémios, observadores ... bom ... um rol de argumentos utilizados ...
Espero que no final deste processo, na vitrine dos troféus, junto com todos os outros, haja lá ainda espaço para um novo TROFÉU - um Apito Dourado.
Maior que todos, para se ver bem e para não se esquecerem do que andaram a fazer anos a fio.

segunda-feira, 11 de abril de 2005

Levantado sigilo a contas bancárias do F.C. Porto

O procurador do Tribunal de Gondomar mandou investigar as contas bancárias da SAD do FC PORTO
Contas bancárias da SAD do F. C. Porto foram anexadas ao processo Apito Dourado e poderão vir a ser em breve do domínio público. Em causa esteve o suposto pagamento de prostitutas à equipa de arbitragem liderada por Jacinto Paixão, num total de 450 euros . Um valor que motivou mais um desentendimento grave entre os dois procuradores que estavam a dirigir o inquérito e que levou o magistrado da Relação a opor-se terminantemente ao levantamento do sigilo. Pinto Nogueira defendeu que tal medida servia para investigar a grande criminalidade e a sua banalização poderia trazer problemas para futuro.
Alertou também para o perigo de tal medida, atendendo a que o processo, mais tarde ou mais cedo, seria público.
Carlos Teixeira, o magistrado de Gondomar que foi responsável pelo início do processo, terá entendido de forma diferente, considerando que só com o levantamento do sigilo se conseguiria confirmar se o pagamento tinha sido feito ou não com dinheiro saído da SAD. E ordenou a medida, com a autorização da juíza daquele tribunal.
Outro momento de tensão, que poderá agora causar embaraços na dedução da acusação pública, teve a ver com a audição de Isabel Damasceno.
A autarca, que presidia à Câmara de Leiria e era vice-presidente do PSD, foi envolvida no processo depois de ter telefonado a Pinto de Sousa, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga de Clubes e seu amigo pessoal.
No decorrer da conversa, Damasceno falou de Carlos Amado, um árbitro com quem chegara a trabalhar anos antes, pedindo então a Pinto de Sousa para tratar bem o seu amigo.
A conversa foi entendida, por Carlos Teixeira, como um indício de crime, atendendo a que o terceiro protagonista era árbitro. Damasceno foi constituída arguida por tráfico de influências, mas a verdade é que a autarca nada disse ao seu interlocutor sobre contrapartidas ou benefícios.

domingo, 10 de abril de 2005

Gosto de ouvir o Dr. Silva Resende

"Tragédia moral
Trata-se de reformar o futebol para que respire na sua dimensão atlética; de restituir ao árbitro a sua missão pedagógica
A investigação criminal deu por concluída a primeira fase da operação Apito Dourado, levando a tribunal um rol de duzentos arguidos.
Seja qual for a evolução do processo, já referenciado nestas colunas, estamos perante um grave descalabro das consciências e uma séria ameaça ao futuro do futebol em Portugal. Sabe-se que mesmo os suspeitos não pronunciados raramente conquistam na avaliação das provas o galardão da inocência porque o que fica é isso mesmo: a insuficiência da prova ou até mesmo a simples dúvida, que na enciclopédia jurídica opera a favor do réu.
Mas duzentos arguidos espelham desde logo uma rede de ilicitude de proporções tentaculares, cujos agentes manobrariam a seu talante, beneficiando do tráfico de influências e de interesses em que a organização dá sinais de se prostituir.Não culpemos apenas nem principalmente os árbitros. Aqui há anos, a UEFA circulou às federações nacionais um convite por escrito para que comunicassem o que no seu âmbito ocorreria de suspeito. Não era gratuita a desconfiança.
Quem observasse certos jogos e incidências com olhos de ver notaria que no lastro das competições crescia perigosamente a indisciplina e nessa desordem se insinuavam comportamentos estranhos.
As federações ou responderam com evasivas ou simplesmente se fecharam em copas.
O "Top Executive" de que falei nesta secção há oito dias vai na mesma linha de preocupações. É preciso desgafar o futebol da lepra que o corrói tomando a arbitragem como instrumento. De resto, em Portugal, à medida em que avançava a investigação, diminuíam os "erros" suspeitos e principalmente iam desaparecendo os erros sempre a favor dos mesmos.
Mas não chega. A doença não se cura se não se lhe suprimir a causa. As regras do futebol levaram um século a definir-se sob o escopo de tornar o golo suficientemente difícil para conferir brilho aos resultados, estímulo aos atletas e interesse ao espectáculo. O processo esgotou-se. As regras essenciais perderam o seu normativo, confinadas na letra que mata. A maior parte dos jogos são enormes embaçadelas de acidentes e faltas.
É preciso reencontrar a verdade do jogo - no próprio jogo!
Trata-se de reformar o futebol para que respire na sua dimensão atlética; de restituir o árbitro à sua missão pedagógica, livrando-o de cair em tentações; de clarificar o fenómeno desportivo para que não se converta na tragédia moral do "apito dourado". "

Foi muito tempo ... muitos anos ...

O número de arguidos constituídos no processo "Apito Dourado" está a levantar grande preocupação nas cúpulas do Ministério Público (MP) que admite que após a dedução da acusação, a fase de instrução possa ser "caótica" dado o número de intervenientes no processo. Há a preocupação de que, caso os tais 200 arguidos sejam todos acusados, a celeridade da instrução irá depender muito do juiz que a realizará.
A Polícia Judiciária do Porto (PJ) já entregou ao procurador adjunto da comarca de Gondomar o relatório final das investigações. Caberá agora a Carlos Teixeira deduzir, ou não, a acusação contra os arguidos constituídos. Que, no caso, serão perto de 200 pessoas indiciadas por crimes de tráfico de influência e corrupção desportiva. A investigação desenrolou-se durante dois anos, sendo que a acusação deverá ficar pronta até ao final deste mês.
O processo já contará com mais de 15 mil folhas, distribuídas por 55 volumes e centenas de apensos, nas quais o MP pretende sustentar os crimes imputados aos arguidos. Durante o inquérito foram ouvidas ainda 370 testemunhas.É esta dimensão que tem levado a algumas discussões no seio do MP, uma vez que a experiência recente do processo da Casa Pia de Lisboa demonstrou que a utilização de vários recursos do processo penal têm apenas um objectivo dilatório. Isto pode revelar-se se, por exemplo, os 200 arguidos arrolarem, no mínimo, 10 testemunhas. O tribunal terá, além de outras diligências que considere pertinentes, que ouvir 2000 pessoas.
Caberá ao juiz de instrução - fase que com toda a certeza será requerida por alguns ou mesmo todos os arguidos - delimitar ao máximo os actos relevantes. Por outro lado, a mesma fonte sublinhou que muito do que se discutirá nesta fase processual resultará da "qualidade" do despacho de acusação.
No que diz respeito ao MP, aguarda-se com alguma expectativa o teor do despacho de acusação e que deverá ser "revisto" pelo procurador geral adjunto do Tribunal da Relação do Porto, nomeado pelo Procurador geral da República (PGR), para "coordenar" o inquérito. Os "desencontros" entre ambos os magistrados, em matéria de medidas de coacção e quanto ao rumo da investigação, podem ficar dissipados ou agravar-se com o despacho de acusação. Após esta fase, o processo poderá entrar noutra mais "quente" relacionada com suspeitas de ligações pouco claras entre o mundo do futebol, as autarquias locais e a empresa Metro do Porto.

sábado, 9 de abril de 2005

Isto está a ficar demais ...

O APITO ... é uma PAIXÃO!!!
Ainda a propósito dos jogos FC Porto - Estrela da Amadora e Boavista - Estrela da Amadora , relativos à última época, a investigação sobre o árbitro Jacinto Paixão é na verdade uma parte central.
O árbitro de Évora "enganou-se" demasiadas vezes nos jogos com os "Dragões", é o que consta da leitura do processo
Os peritos em arbitragem confirmaram que aos 14' o portista Paulo Ferreira rasteirou o amadorense Semedo sem que nada fosse assinalado. O golo inaugural do FC Porto, aos 27', foi, segundo os peritos, obtido na marcação de um canto ganho por um jogador do FC Porto aparentemente em fora-de-jogo.
Aos 43', registam, não foi assinalado um fora-de-jogo a McCarthy e aos 45+3 o golo do sul-africano resulta de uma clara posição de fora-de-jogo. Segundo os peritos, o Estrela teve razões de queixa até ao momento do 2º golo portista. O jogo acabou com a vitória dos dragões por 2-0.
Na época de 2003/2004, Jacinto Paixão arbitrou um jogo do FCPorto: a vitória em casa por 4-1 sobre a Académica, jogo no qual foi auxiliado por João Madeira e Décio Cordeiro.
No final, João Alves, treinador dos estudantes, desabafou: "Estou cansado do futebol e desta porcaria toda".
A Académica marcou primeiro mas o FC Porto empatou de "penalty" e colocou-se em vantagem num livre também mal assinalado. Paixão esteve ainda presente no jogo particular com o Farense, no encerramento do estágio algarvio que antecedeu a final da Taça de Portugal.
O Major falou com Jacinto Paixão Se no caso do FC Porto -Estrela da Amadora os investigadores encontraram muitos indícios que apontam para o facto de Jacinto Paixão e os seus auxiliares (José Chilrito e Manuel Quadrado) terem, no final da partida, usufruído do serviço de prostitutas, no que se refere ao Boavista-Estrela, dois meses depois, em causa está uma conversa de João Loureiro com Júlio Mouco (a acertar a nomeação dos árbitros assistentes José Chilrito e José Espada).
E também uma outra do presidente do Boavista com o observador Pinto Correia, informando-o que Paixão poderia trazer ao Porto um ou mais acompanhantes pois o Boavista trataria do alojamento.
O Boavista perdeu por 1-2 e no dia seguinte há registo de uma conversa entre Paixão e Valentim Loureiro, na qual o árbitro tentou explicar como tinha ajudado o Boavista. "Não foi possível fazer mais...", terá dito, ao que o major reagiu com condescendência.
O presidente da Liga garantiu também a Paixão que falou com o observador, Pinto Correia, no sentido de providenciar uma boa nota

sexta-feira, 8 de abril de 2005

Surge a ... fruta

Escutas comprometem F. C. Porto e Boavista
Conversas entre António Araújo e Pinto da Costa sobre oferta de prostitutas a Jacinto Paixão e auxiliares João Loureiro e Júlio Mouco terão escolhido árbitro para jogo no Bessa As escutas telefónicas que estão anexas ao processo "Apito Dourado" e que, na passada terça-feira, seguiram para o Tribunal de Gondomar não envolvem só o Gondomar Sport Clube, mas comprometem também emblemas da SuperLiga.
Designadamente, o Boavista e o F.C.Porto, havendo suspeitas, validadas pela juíza que procedeu aos primeiros interrogatórios judiciais, de que Pinto da Costa e João Loureiro terão tentado alterar a verdade desportiva da competição. Dois dos jogos em causa, ambos da época passada, têm um denominador comum o árbitro Jacinto Paixão, de Évora, que apitou os jogos F. C. Porto-Estrela da Amadora e o Boavista-Estrela da Amadora (ver textos em baixo). As escutas telefónicas, a que se juntaram as vigilâncias e as perícias feitas pelos "especialistas"(os ex-árbitros Vítor Pereira, Jorge Coroado e Adelino Antunes) a quem a PJ recorreu, foram consideradas muito comprometedoras pela magistrada, que entendeu serem fortes os indícios de corrupção.
Os arguidos tiveram obviamente um entendimento diferente - reconheceram as conversas, porém negaram a prática de crimes - mas só agora, quando o processo for aberto, poderão ter acesso ao teor da totalidade das escutas, para poderem explicar o contexto em que determinadas frases terão sido ditas.
Araújo arranja prostitutas
O jogo do F. C. Porto estava marcado para as 19 horas. Ao meio dia, a PJ gravou uma conversa entre Jacinto Paixão e António Araújo, empresário de futebol próximo do F. C. Porto.
O primeiro pedia que nessa noite lhe fosse assegurado o serviço de "prostitutas". Dois minutos depois, constata a juíza, Araújo falou telefonicamente com Pinto da Costa e deu-lhe conta do pedido. "Ligaram-me a pedir fruta para logo à noite. Posso levar a fruta à vontade?". Segundo o registo considerado, Pinto da Costa terá respondido que sim, depois de algumas dificuldades de entendimento sobre o significado da palavra fruta.
O que obrigou Araújo a explicar que se tratava de uma fruta que "servia para dormir".
As escutas seguintes voltam a envolver Pinto da Costa e Araújo. E ainda segundo a juíza indicaram que foi o F. C. Porto a pagar o serviço de prostitutas. A conversa volta, no entanto, a não ser clara "Só estou a dar conhecimento ao presidente.... é que eu estou sempre a dispor", disse Araújo.
As autoridades possuem também uma relação completa das chamadas feitas entre o árbitro e o empresário e este e o presidente do F. C. Porto. Que foram várias e às vezes com apenas minutos de diferença.
As prostitutas confirmaram ter estado nessa noite com o árbitro e os respectivos auxiliares, tendo reconhecido António Araújo, Jacinto Paixão e Manuel Quadrado através de fotografias que lhes foram apresentadas em tribunal. Todas já foram ouvidas para "memória futura" e os seus depoimentos têm valor em tribunal.
Loureiro combina árbitro
O segundo jogo envolvendo Jacinto Paixão foi no estádio do Bessa, também no Porto. As escutas feitas pela PJ dão conta de que João Loureiro, presidente do clube, terá combinado com Júlio Mouco - o vogal da Comissão de Arbitragem da Liga que esta semana pediu a suspensão do mandato - quem eram os auxiliares. Acredita ainda a juíza, com base nas provas reunidas pela PJ, que João Loureiro combinou depois com o observador Pinto Correia que seria aquele que deveria pressionar o árbitro para que o Boavista fosse beneficiado.
O resultado não foi o melhor. O Boavista perdeu esse jogo, o que no entanto não terá feito a juíza deixar de acreditar nos indícios de corrupção. Isto porque, no dia a seguir ao jogo, foi registada uma conversa telefónica envolvendo Valentim Loureiro e Jacinto Paixão, na qual o árbitro terá explicado que "não podia fazer mais". Valentim Loureiro reconheceu-o "Foi um azar. Os gajos cada vez que foram lá acima deram um goleco". Mas o mais grave parece ser a promessa feita, em seguida, por Valentim, em que deixa entender que o árbitro foi bem classificado e terá boa nota no final da época.
Jacinto Paixão negou em tribunal qualquer tentativa de corrupção. Embora reconhecesse ter uma boa relação com Valentim Loureiro, garantiu que, inclusivamente, desceu de categoria nesse ano . Além disso, o árbitro assumiu ter estado com as prostitutas, desconhecendo quem pagou e negando qualquer favorecimento ao F. C. Porto.
Pinto da Costa e João Loureiro não quiseram prestar esclarecimentos, alegando estar o processo em segredo de justiça. Valentim Loureiro esteve sempre incontactável.

quinta-feira, 7 de abril de 2005

A investigação terminou (dizem...)

Ao fim de dois anos, o inquérito chegou ao fim e o documento final já seguiu para o Tribunal de Gondomar
"Apito Dourado" já saiu da PJ
São cerca de 200 os arguidos do Apito Dourado, cuja participação no caso é explicada pela PJ ao longo de mais de 15 mil folhas. O processo promete tranformar-se num dos maiores casos que alguma vez chegará a julgamento. Os autos seguiram anteontem à noite para o Tribunal de Gondomar e agora cabe a Carlos Teixeira, procurador do Ministério Público, deduzir a acusação. Depois de dois anos e um mês de investigação, realizada por dez inspectores, em regime de exclusividade, a Polícia Judiciária do Porto respira finalmente de alivio. A investigação do "Apito Dourado" chegou ao fim e a novela da corrupção desportiva está encerrada.
O único capítulo que ainda poderá ser reaberto tem a ver com as ligações às autarquias, as relações com as obras do Metro, as cumplicidades políticas. Mas também não é certo que isso aconteça. Só o será se o Ministério Público entender que as pessoas inquiridas e as diligências desenvolvidas pelos investigadores não são suficientes. Nesse caso, deduzirá acusação relativamente ao futebol e extrairá certidões para o restante.
Mas, para já, a PJ concluiu mesmo o inquérito. Com 370 testemunhas inquiridas e mais de 100 buscas domicliárias a empresas, clubes e residências realizadas. Ao longo do último ano, foram também feitas 25 detenções e os autos que anteontem seguiram para Gondomar estão acondicionados em 55 volumes e centenas de apensos.
Carta anónima
O processo começou em Março de 2003, com uma carta anónima para a PJ. A denúncia dava conta de que o Gondomar preparava o terreno para a subida à Liga de Honra, no ano seguinte. As investigações começaram e, no início do Verão, o telemóvel de José Luís Oliveira, presidente do clube, foi colocado sob escuta. Durante 33 jornadas, as autoridades investigaram tudo o que estava relacionado com o Gondomar.
Pelo meio, foram aparecendo outras ligações futebolistas, depois investigadas pela Polícia Judiciária. Hoje, começaram a surgir parte das escutas telefónicas que deram origem ao processo. O "filme" dos jogos da 2.ª Divisão B foi feito pela investigação, em documentos que se encontram no Tribunal de Gondomar. As escutas complementaram a investigação que não se limitou, no entanto, a ouvir os intervenientes.
Há no processo dezenas de diligências externas. Relatos de jogos feitos pelos próprios investigadores, fotografias e cassetes vídeo. Aí, atestam-se alguns encontros dos árbitros com dirigentes (não só do Gondomar, mas também da SuperLiga), bem como as entregas do ouro ou os jantares de confraternização com as equipas de arbitragem.O processo vive ainda de inúmeros depoimentos. Dezenas das 370 testemunhas deverão constituir-se assistentes, por terem sido lesadas no seu trabalho enquanto árbitros.
Aí, incluem-se os que não pactuavam com os esquemas e que, de alguma forma, foram prejudicados. Um desses casos é o de Pedro Proença, o árbitro de Lisboa, que já anunciou que o faria (constituir-se assistente e sentar-se ao lado da acusação), por estar "chocado" com a forma como alguns dirigentes se comportavam.
Agora, que o processo se aproxima rapidamente da acusação e será aberto completamente às defesas, entraremos também numa nova fase.
O momento dos recursos, em que todos tentarão questionar a forma como a investigação foi feita. A legalidade das escutas telefónicas e a forma como pelo menos parte delas foram validadas será concerteza questionada. Duzentos arguidos também fazem supor que o processo passará para ainda por uma instrução longa.

domingo, 3 de abril de 2005

Ahahahahaha ...

Um grupo de anões resolve jogar futebol no domingo e alugam um campo.
Formadas as equipas, cada um pega no seu equipamento, quando reparam que o campo de futebol não tem balneário. Resolvem então perguntar ao dono de uma tasca ao lado, se eles podem utilizar a casa de banho para trocar de roupa.
O dono diz que não tem problema nenhum.
Entram todos na tasca e vão até à casa de banho e vestem-se e começam a sair da casa de banho. Um bêbado, que estava sentado ao balcão, vê passar por ele a equipa de azul, estranha, mas continua a beber.
Quando, ao fim de pouco tempo, vê passar a equipa de vermelho, vira-se para o dono do bar e diz:
- Eu não me quero meter... mas acho que os jogadores dos teus matraquilhos acabam de fugir...

sábado, 2 de abril de 2005

Tretas

Não parece anedótica a pressão exercida por Luís Guilherme e Cunha Leal para que o vogal do Conselho de Arbitragem da Liga, Júlio Mouco, auto-suspenda as suas funções por estar envolvido no processo Apito Dourado?
Isso apenas seria de todo legítimo se Luis Guilherme e Cunha Leal exigissem o mesmo aos restantes arguidos e envolvidos no processo, tal como advoga a APAF, ou não parece?
Luis Guilherme equivocou-se ou não ouviu o que disse. Este Luis Guilherme é exactamente o mesmo que, veementemente, negou afastar fosse quem fosse sem receber uma ordem inequívoca de tribunal. Em abono da verdade desportiva e da sanidade mental dos que acompanham apaixonadamente o futebol, Luis Guilherme devia era autodemitir-se.
Por isso temos de continuar com os Costas, os Lucílios, os Paratys e com os Paixões, coitadinhos ... realmente, uma família muito unida!!!!
O Lucilio Batista, o tal da camisola rasgada ao Rui Jorge. Nada é feito ao acaso!

Diz-me com quem andas ...

Parece que o tal apoiante de Pinto da Costa, Fernando Cerqueira, afinal de contas é mesmo arguido no processo Apito Dourado
Fernando Cerqueira suspendeu as funções na Câmara de Gondomar e na concelhia do PS depois de ter sido constituído arguido no processo Apito Dourado, segundo comunicado da estrutura socialista daquele concelho.
A decisão de Fernando Cerqueira - conhecido líder do Grupo dos Seiscentos que se destacou por ser apoiante de Pinto da Costa, e que apenas é conhecido como tal, também foi constituído arguido nesta "operação" - foi, de imediato, aceite e vigorará até que seja concluído o processo judicial em curso.No comunicado, defende-se, e muito bem, que os outros arguidos deste processo também deveriam suspender os seus mandatos e cargos políticos "até os tribunais esclarecerem cabalmente os factos de que estão indiciados".
Lamenta-se igualmente, que o presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Valentim Loureiro, e restantes autarcas de Gondomar envolvidos neste processo "insistam em permanecer nos cargos que ocupam, colocando os seus interesses pessoais e partidários à frente dos interesses públicos".