Processos - Maria José Morgado define prazos
Maria José Morgado quer que os inquéritos do processo Apito Dourado relacionados com a corrupção desportiva estejam concluídos até final de Maio. Segundo dados divulgados pela procuradora-geral adjunta, há 33 certidões "pendentes" distribuídas por várias comarcas, como a do Porto (17), Guimarães (oito) e Coimbra (três).
A equipa de Maria José Morgado também está a investigar alguns processos. Um deles - reaberto pela magistrada em Janeiro - tem a ver com o jogo em que o FC Porto venceu (2-0) ao Estrela da Amadora, na época 2003/2004. Entre os suspeitos de terem praticado crimes de corrupção desportiva, estão, entre outros, o árbitro Jacinto Paixão, os dirigentes Pinto da Costa e Reinaldo Teles, e o empresário de jogadores António Araújo. Para conseguir que dentro de três meses haja despachos finais, que podem ser de acusação ou de arquivamento, a magistrada está a contar com a colaboração dos representantes do Ministério Público e das delegações da PJ que investigam processos derivados do Apito Dourado.
Maria José Morgado, aliás, já sublinhou o "empenho" que tem sido revelado pelo director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, bem como o "profissionalismo e dedicação" manifestados pelos inspectores da Brigada da Directoria do Porto. Dos processos relativos a crimes de corrupção desportiva que foram enviados de Gondomar para 33 comarcas, até ontem apenas três tiveram despachos de acusação: dois na Madeira e um na Figueira da Foz. Neste último, o Ministério Público acusou Valentim Loureiro de corrupção desportiva activa e o árbitro Paulo Baptista de corrupção desportiva activa. Em causa está o jogo em que a Naval venceu (1-0) o Chaves (II Liga, época 2003/04), dirigido por Paulo Baptista.
No entanto, há casos que sofreram recentemente alguma evolução. Foi o que aconteceu na semana passada, quando João Loureiro, presidente do Boavista, foi ouvido na PJ do Porto, como arguido, no âmbito de uma investigação relacionada com o processo Apito Dourado, em que estão em causa eventuais ilegalidades cometidas aquando do loteamento de terrenos do clube, junto ao Estádio do Bessa.
PINTO DA COSTA RECORRE NO CASO DAS PROSTITUTAS
Pinto da Costa, Reinaldo Teles e o empresário de jogadores António Araújo entregaram na procuradoria-geral da República uma reclamação sobre a decisão de Maria José Morgado ter reaberto o processo das prostitutas disponibilizadas aos árbitros Jacinto Paixão, Manuel Quadrado e José Chilrito, após o jogo em que o FC Porto venceu (2-0) o Estrela da Amadora, relativo à 19.ª jornada da I Liga, na época 2003/04. Os requerimentos dos três arguidos, indiciados por crimes de corrupção desportiva, já foram anexados ao processo, mas só serão apreciados pelo procurador-geral da República, Pinto Monteiro, a partir do dia 23, data em que termina o prazo em que é possível avançar com reclamações hierárquicas do despacho de Maria José Morgado.
A procuradora-geral adjunta determinou a reabertura do processo no dia 16 de Janeiro, depois de ter ouvido Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa, confirmar que, a mando do líder dos dragões, o empresário António Araújo, Reinaldo Teles e Joaquim Pinheiro recrutavam raparigas em bares do Porto que punham à disposição de árbitros. Segundo Carolina Salgado, esse procedimento tinha como objectivo pagar arbitragens favoráveis aos portistas, frisando que além de prostitutas os árbitros também recebiam dinheiro, sendo que uma destas situações aconteceu no jogo FC Porto-Estrela da Amadora, dirigido por Jacinto Paixão.
Maria José Morgado considerou o depoimento de Carolina como um novo elemento de prova, pelo que decidiu reabrir um processo que havia sido arquivado pelo Departamento Central de Investigação Penal do Porto.
Sem comentários:
Enviar um comentário