A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) pediu à procuradora-geral adjunta Maria José Morgado - através do presidente da sua Comissão Disciplinar (CD), Ricardo Costa - acesso ao processo Apito Dourado, para abrir processos disciplinares aos dirigentes e árbitros envolvidos em corrupção. Na reunião realizada quinta-feira para o efeito, Ricardo Costa pediu "formalmente o acesso a todas as peças processuais relativas a indícios de corrupção no futebol profissional", para "apurar eventuais infracções disciplinares de arguidos no caso".
Citados a este propósito foram presidentes de pelo menos cinco clubes da Liga, como Pinto da Costa (FC Porto), João Loureiro (Boavista), João Bartolomeu (União de Leiria), Aprígio Santos (Naval) e Rui Alves (Nacional), bem como 11 dos 25 árbitros da primeira categoria, o lote do qual são escolhidos os juízes dos dois campeonatos da Liga.
A LPFP "conta com o apoio de Maria José Morgado", até porque "o Código de Processo Penal permite ao Ministério Público extrair certidão de processos que estejam em segredo de justiça, se estiver em causa o exercício de um poder público disciplinar, como é o caso". O artigo lembra ainda que "este entendimento jurídico foi seguido pela actual direcção da Liga, presidida por Hermínio Loureiro, ao contrário do que aconteceu com o seu antecessor, Valentim Loureiro", arguido no Apito Dourado.
MARIA JOSÉ MORGADO: "ISENÇÃO E VERDADE".
"A Liga e a Federação têm o dever de defender a isenção da arbitragem e a verdade desportiva. Temos esse objectivo em comum", disse Maria José Morgado ao jornal, para salientar ainda: "Se existe alguém que não respeitou a verdade desportiva, a Liga e a Federação têm que reagir disciplinarmente - é o princípio da legalidade que está em causa".
FPF FORNECE ÁRBITROS SUPLEMENTARES
Esta situação abre um cenário de gravidade para a arbitragem: caso suspenda os 11 árbitros - depois de já ter afastado Paulo Baptista, também suspeito de corrupção -, a LPFP ficaria apenas com 14 juízes disponíveis para dirigirem os 16 jogos semanais dos campeonatos profissionais (Liga e Liga de Honra). Assim, Hermínio Loureiro e o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl, já discutiram a possibilidade de, caso seja necessário, se recorrer ao quadro de árbitros de segunda e terceira categoria para os jogos das competições profissionais. Ambos os quadros de árbitros são geridos pela FPF e Gilberto Madaíl "terá concordado com a solução".
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