O Tribunal de Gondomar validou esta terça-feira as escutas telefónicas feitas na investigação do processo Apito Dourado, disse um dos advogados de defesa à saída da sala onde está a ser lida a decisão instrutória.A defesa tinha pedido a nulidade das escutas telefónicas, sob várias alegações, entre as quais a de que terão sido feitas sem controlo do juiz de instrução e transcritas fora dos prazos legais. O juiz Pedro Miguel Vieira está a ler no Tribunal de Gondomar desde as 14:40 de hoje, à porta fechada, a decisão instrutória do processo, desconhecendo-se ainda se haverá ou não julgamento.
O processo tem 27 acusados, entre os quais os ex-presidentes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Valentim Loureiro, do Gondomar Sport Club, José Luís Oliveira, e do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Pinto de Sousa.Os três principais arguidos são defendidos, respectivamente, pelos advogados Amílcar Fernandes, Artur Marques (que defende Fátima Felgueiras no caso Saco Azul) e José Miguel Júdice.A quase totalidade dos arguidos, 25 em 27, é acusada de crimes de corrupção, cometidos no âmbito da sua actividade desportiva.O processo Apito Dourado, que incluiu investigações a alegados casos de corrupção e tráfico de influências entre elementos do futebol profissional português e de autarquias, foi investigado durante quase dois anos.
A 8 Fevereiro de 2006, o despacho de acusação do processo citava mais 24 arguidos, entre os quais 12 árbitros de futebol.A acusação sustenta que José António Pinto de Sousa nomeava os árbitros a pedido dos dois dirigentes [Valentim Loureiro e José Luís Oliveira], tendo como contrapartidas os votos para ser eleito presidente do Conselho de Arbitragem e as influências de Valentim Loureiro junto do poder político.Além da dedução das acusações relativas ao caso de Gondomar, foram extraídas 81 certidões relativas a factos no âmbito deste processo que reportam a outras comarcas.
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