A abertura deste espaço, tem como principal razão de ser a denúncia de todos os casos de corrupção, que se têm verificado através da viciação do "SISTEMA" que o Dr. Dias da Cunha, corajosa e persistentemente denunciou. Até aprece que querer que exista VERDADE DESPORTIVA é ... vergonha. Enfim, agora que se sabe que entre outros favores aos árbitos, para além de peças de ouro e sem falar de viagens ao Brasil, há favores sexuais que envolvem vários dirigentes e árbitros internacionais e de meia tigela, e que têm servido de suporte aos bons resultados de alguns, não nos podemos admirar que nos últimos 20 anos os campos estejam inclinados e tenham sido o FCPorto e o sr. Pinto da Costa os maiores beneficiários. A OPERAÇÃO "APITO DOURADO" não sei se será ou não bem sucedida naquilo que TODA A GENTE SABE. No entanto, teve o condão de trazer à luz do dia muitos nomes, poucas vergonhas, batota, mentira, roubo, telemóveis e, MUITA COISA MAIS que andava escondida. Está aberta a caça! Ou estava, a justiça tem destas coisas. E o que é engraçado também no meio de tudo isto, é ver o sr. Luis Filipe Vieira, anafado e literado presidente do Benfica a deitar baba e ranho sobre os telefonemas e a promiscuidade do FCPorto e Pinto da Costa, quando ele próprio andou embrulhado com telefonemas a escolher árbitros. E o Dr. João Rodrigues ... sabem todos quem é. não sabe?
Pelo menos os telefonemas existiram, esses ninguém pode provar que não existiram.
São um facto indesmentível!

domingo, 12 de dezembro de 2004

Entrevista de Dias da Cunha sobre:O SISTEMA

Sporting - Tem vindo a ser notado o seu silêncio em relação aos acontecimentos do futebol português e aos últimos jogos. No entanto, ocorrências de sábado em Alvalade parecem merecer algumas palavras. Qual é a sua opinião sobre o jogo?
António Dias da Cunha - Antes de entrar directamente na questão do jogo gostaria de deixar algumas considerações. A primeira tem a ver com os jornalistas que acompanham habitualmente o Sporting. A esses quero agradecer a distinção que me concederam, aproveitando a oportunidade para lhes pedir que compreendam o meu silêncio. Sem eles, os jornais desportivos que tão caro pagam a cronistas encartados não existiriam, sabendo nós como é difícil eles receberem o pão nosso de cada dia. Mais uma vez sublinho que sei distinguir perfeitamente aqueles que fazem o jornalismo desportivo no dia-a-dia daqueles que são pagos a peso de ouro para falarem na maior parte das vezes daquilo que se harmoniza com o seu ponto de vista pré-determinado: duplamente pré-determinado, ou pelas cores clubistas ou pela adesão ao status quo, isto é, o sistema e os dinheiros sujos .Ainda quanto à distinção que os jornalistas me concederam, desejo partilhá-la aqui com o Ricardo, um grande profissional.
Sporting - Em seu entender, sistema e dinheiros sujos não são a mesma coisa?
António Dias da Cunha - Não. Claramente não são e tenho tido a preocupação de separar essas vertentes, embora saiba que algum do dinheiro sujo acaba por chegar a árbitros corruptos. Mas o problema dos dinheiros sujos não está associado, no essencial, à arbitragem. O problema dos dinheiros sujos tem a ver com muito daquilo que se passa no futebol profissional e que faz com que o Estado e nós, cidadãos em geral, sejamos os mais prejudicados. O dinheiro sujo é a contabilidade criativa. Dinheiro sujo são as contas que não revelam quem detém os direitos desportivos sobre os jogadores. Dinheiro sujo é o que sai de um clube e não entra no outro em operações de transacção de jogadores.
Sporting - E o sistema?
António Dias da Cunha - O sistema é o controlo da arbitragem. E o controlo da arbitragem faz-se através da classificação dos árbitros. É a boa ou má vontade do príncipe (o príncipe é quem os classifica) que decide sobre os acontecimentos na arbitragem. O Sporting tem propostas muito claras para resolver esse problema. São conhecidas, não vou repeti-las agora Mas não posso deixar de me interrogar como pode uma figura como o sr. Luís Guilherme, que de príncipe até nada tem, concentrar actos como o de nomear e classificar árbitros.
Sporting - É conhecida a sua posição de que o sistema não está em condições de regenerar o futebol profissional, uma tarefa que será, por isso, da responsabilidade dos poderes políticos. Agora, não pode dissociar-se essa posição do facto de o País entrar em campanha eleitoral. Quer comentar esta situação?
António Dias da Cunha - Quero, e considero que é da máxma importância fazê-lo agora. O Sporting vai olhar muito atentamente para os programas eleitorais dos partidos políticos e não poderá deixar de tirar as suas conclusões em relação aos que passarem em silêncio sobre o futebol profissional ou aos que em relação a este sector específico de actividade insistirem no estafado argumento do associativismo.
Neste contexto do futebol profissional, o associativismo mais não é do que a defesa do satus quo. O Sporting vai estar muito atento a senhores ministros que costumam fazer a defesa desse associativismo e não vai admitir que possam voltar a ter responsabilidades nesta matéria.

Sem comentários: