A abertura deste espaço, tem como principal razão de ser a denúncia de todos os casos de corrupção, que se têm verificado através da viciação do "SISTEMA" que o Dr. Dias da Cunha, corajosa e persistentemente denunciou. Até aprece que querer que exista VERDADE DESPORTIVA é ... vergonha. Enfim, agora que se sabe que entre outros favores aos árbitos, para além de peças de ouro e sem falar de viagens ao Brasil, há favores sexuais que envolvem vários dirigentes e árbitros internacionais e de meia tigela, e que têm servido de suporte aos bons resultados de alguns, não nos podemos admirar que nos últimos 20 anos os campos estejam inclinados e tenham sido o FCPorto e o sr. Pinto da Costa os maiores beneficiários. A OPERAÇÃO "APITO DOURADO" não sei se será ou não bem sucedida naquilo que TODA A GENTE SABE. No entanto, teve o condão de trazer à luz do dia muitos nomes, poucas vergonhas, batota, mentira, roubo, telemóveis e, MUITA COISA MAIS que andava escondida. Está aberta a caça! Ou estava, a justiça tem destas coisas. E o que é engraçado também no meio de tudo isto, é ver o sr. Luis Filipe Vieira, anafado e literado presidente do Benfica a deitar baba e ranho sobre os telefonemas e a promiscuidade do FCPorto e Pinto da Costa, quando ele próprio andou embrulhado com telefonemas a escolher árbitros. E o Dr. João Rodrigues ... sabem todos quem é. não sabe?
Pelo menos os telefonemas existiram, esses ninguém pode provar que não existiram.
São um facto indesmentível!

terça-feira, 12 de setembro de 2006

José Veiga apanhado ao telefone

JOSÉ VEIGA, NA ALTURA ERA ADMINISTRADOR DA SAD DO ESTORIL, FOI APANHADO NAS ESCUTAS TELEFÓNICAS A PEDIR FAVORES A VALENTIM LOUREIRO
José Veiga, actual director-geral do Benfica e, em 2004, o maior accionista da SAD do Estoril, foi outra das figuras do futebol português a ser apanhada nas escutas do Apito Dourado.O dirigente desportivo foi interceptado em pelo menos duas conversas telefónicas com Valentim Loureiro, à data presidente da Liga de Clubes.

Foi em Março de 2004 e o objectivo do ex-empresário de jogadores com licença da FIFA era conseguir que a interdição do estádio do Marco de Canaveses coincidisse com o jogo do Estoril Praia. Veiga queria evitar que a sua equipa se deslocasse a um terreno tradicionalmente difícil e facilitar assim a tão almejada pontuação que nesse mesmo ano lhe viria a possibilitar a subida ao principal escalão do futebol.

Antes desse jogo, que aconteceu a 28 de Março de 2004 e em que o Estoril ganhou por 3-2 ao Marco de Canaveses, José Veiga fez dois telefonemas a Valentim Loureiro. No primeiro pediu que o estádio do Marco fosse interditado. A possibilidade tinha sido aberta devido ao incidente ocorrido cerca de um mês antes (quando Avelino Ferreira Torres pontapeou as placas de publicidade e cadeiras do recinto, ameaçando ainda o árbitro) e José Veiga pretendia então que a interdição coincidisse com o jogo da sua equipa.Valentim Loureiro ainda tentou que o dirigente do Estoril falasse directamente com Gomes da Silva, então presidente da Comissão Disciplinar da Liga de Clubes, ou que utilizasse a sua influência através dos jornais. "Pressiona-os", aconselhou o presidente da Liga, acabando por aceder, mais tarde, a dirigir ele próprio o pedido ao juiz desembargador Gomes da Silva. "Eu falo com o gajo", prometeu.

Dias depois, Veiga conheceu a decisão da Liga. O estádio do Marco havia sido interditado por dois jogos e a equipa teria de ir jogar em campo alheio, quando recebesse o Estoril Praia. E não se esqueceu de agradecer a ajuda de Valentim Loureiro. "Vou-lhe dar uma beijoca", brincou Veiga, ao que Valentim respondeu: "Se não fosse eu...".

CONSTITUÍDO ARGUIDO NA SEQUÊNCIA DAS ESCUTAS

Ainda na sequência da mesma interdição, o Marco teve de ir jogar a casa emprestada. E o curioso é que acabou por ser o Boavista, clube dirigido pelo filho de Valentim Loureiro, a ceder o campo. Marco e Estoril defrontaram-se no Bessa a contar para a 28.ª jornada e a vitória dos canarinhos permitiu ao clube da Linha reforçar a liderança, passando a ter 11 pontos sobre o quarto classificado.

Os relatos da altura mostram também que a arbitragem do jogo foi polémica. O Estoril marcou primeiro, o Marco empatou. O "caso" do jogo aconteceu quando, pouco antes do intervalo, o árbitro perdoou um segundo cartão amarelo a um jogador do Estoril que, no tempo de compensação e ainda antes da paragem do jogo, fez o passe para o segundo golo dos estorilistas. Nos primeiros minutos da segunda parte, o Estoril aumentou para 3-1 de penalti, mas não existe nos jornais da época qualquer referência ao castigo máximo. O primeiro golo do Estoril também foi por autogolo do Marco.

O árbitro desse jogo foi João Ferreira, o mesmo que esteve envolvido nas escutas noticiadas a semana passada pelo PÚBLICO, como tendo sido aceite por Luís Filipe Vieira para arbitrar as meias-finais da Taça de Portugal, na época 2003-2004. Na sequência destas e de outras escutas, José Veiga foi interrogado e constituído arguido no processo Apito Dourado, tendo sido extraídas pelo menos duas certidões para o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.

O PÚBLICO sabe que não foi feita qualquer outra diligência, embora o arquivamento pareça ser o caminho mais provável. É que, paralelamente, foram extraídas certidões das mesmas escutas, que foram enviadas para o Supremo Tribunal de Justiça.

O alvo da investigação era, nesse caso, Gomes da Silva, juiz desembargador no Tribunal da Relação de Guimarães, mas o Ministério Público considerou que as conversas telefónicas não eram suficientes para o indiciar por qualquer crime.Gomes da Silva viu ainda ser arquivados dois casos que envolviam o clube liderado por Pinto da Costa.

Diziam respeito à punição de José Mourinho pelo alegado rasgão da camisola de Rui Jorge, do Sporting, e à eventual pressão dos azuis e brancos para castigar Deco de forma mais branda, depois daquele ter lançado a chuteira contra o árbitro Paulo Paraty, no jogo Boavista-FC Porto.

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