Ao fim de três anos vem aí o primeiro julgamento relativo ao processo Apito Dourado. Pronunciados estão, entre outros Valentim Loureiro, na altura dos alegados ilícitos era presidente da Liga de Clubes, Pinto de Sousa, então presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, e José Luís Oliveira, como presidente do Gondomar.
Não se sabe se os acusados vão ser condenados, mas se houver penas essas, ao que tudo indica, irão atingir apenas os pronunciados.
Neste caso que envolve alegadas ajudas ao Gondomar, que levaram o clube a subir à Segunda Liga, se isso ficar provado, o que vai acontecer?
Será que o Gondomar não vai ser penalizado?
Tendo em conta a globalidade do Apito Dourado, se ficar provado que houve títulos em que as equipas vencedoras beneficiaram de alegadas ajudas fundamentais para erguerem os troféus, como vai ser?
Só os alegados prevaricadores vão ser penalizados ou os clubes em causa também sofrerão consequências?
Até agora, só o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, com legitimidade ou não, tem vindo a público clamar por justiça, mas tem estado sozinho. No Sporting veio agora o treinador, Paulo Bento, dizer, após o jogo com o Leiria, que não o tomem por inocente referindo-se à arbitragem da equipa liderada por Paulo Costa. O presidente leonino, Soares Franco, também se veio insurgir, mas questionado sobre se o sucedido tinha a ver com o famigerado sistema respondeu que nunca ninguém o ouviu falar disso e que não era agora que o ia fazer.
Perante os ecos dos protestos já ouvidos, em nenhum momento foi reivindicado que as condenações, a existirem, passem pela retirada de títulos ou a perda de jogos onde se provar que houve mãozinha habilidosa. Será de propósito, será porque ninguém se lembrou ou será que não interessa nada falar disso por razões objectivas?
Se houver penalizações só para os dirigentes, o efeito público será claro e o pensamento de todos, mesmo aqueles que não o queiram admitir, é de que o "crime" compensa.
Em Itália ninguém escapou. Os clubes pagaram as "loucuras" dos dirigentes condenados. A "batata quente" está nas mãos da justiça.
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